Paul McCartney, 78, confirmou a verdade por trás da separação dos Beatles. Em nova entrevista à revista GQ, ele afirmou que muitas vezes as pessoas julgam mal seu papel no fim da banda.
"Suponho que quando os Beatles terminaram, talvez houvesse um equívoco de que todos nós meio que nos odiávamos", disse ele. "O que eu percebo agora é que, porque éramos uma família, porque éramos uma gangue, as famílias discutem. E as famílias têm disputas [internas]".
Paul continuou explicando que a razão pela qual ele escolheu processar os Beatles -decisão pela qual ele enfrentou muitas críticas- foi impedir que todo o trabalho deles fosse de propriedade do empresário americano Allen Klein. "Eu disse: 'Bem, vou processar Allen Klein', e me disseram que eu não podia, porque ele não era parte disso [do grupo]. 'Você precisa processar os Beatles'", disse.
Ele ainda revelou que a separação da banda o fez recorrer às bebidas alcoólicas. "Não havia muito tempo para ter problemas de saúde mental, era apenas 'foda-se', estava [sempre] bebendo ou dormindo. Mas tenho certeza [que isso afetou minha saúde mental], pois eram tempos muito deprimentes".
A questão foi agravada pelo fato de muitos culparem Paul pela separação do grupo, inclusive ele mesmo. No entanto, com o tempo, ele disse ter percebido que tinha que garantir o legado da banda.
"Lembro-me de ler um artigo, uma entrevista com Yoko, que, ok, ela era uma grande apoiadora de John [Lennon], eu entendo, mas neste artigo ela diz: 'Paul não fez nada. Tudo o que ele fez foi agendar estúdios'. E eu fiquei tipo: 'Err? Não... E então John faz essa famosa música, 'How Do You Sleep?', em que ele diz: 'Tudo o que você fez foi [a música] 'Yesterday'. E eu: 'Não, cara'".
Apesar das divergências, Paul confirma que se reconciliou com Lennon e o encontrou muitas vezes antes do amigo ser morto a tiros em Nova York, em 1980. "Eu tive muita sorte nesse aspecto", observou Paul, dizendo que ele e Lennon "eram amigos até o fim".