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Poema ‘Quadrilha’ ganha 'meio' em livro envolvente que será lançado em Goiânia

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Escritor Ricardo Pereira
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Capa do livro "E se Você Amasse Alguém que Ama outra Pessoa?"

Após 94 anos, o mundo literário, enfim, vai poder conhecer a história de João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili, os famosos personagens do poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade. Pelo menos a versão do escritor, professor de Língua Portuguesa e fã do escritor mineiro, Ricardo Pereira, de 32 anos, que lança o livro “E se Você Amasse Alguém que Ama outra Pessoa?” no próximo sábado, 19 de outubro, às 19h, em Goiânia. 

A data foi escolhida a dedo, pois no dia 31 deste mês, Drummond faria 122 anos de nascimento, e deve receber inúmeras homenagens como ocorre todos os anos. Para Ricardo, o livro também é um agradecimento ao mineiro por tê-lo ajudado a se encontrar. “Quando eu comecei a escrever este livro, eu achava que o amor era uma coisa; quando terminei, descobri que era outra. Assim como nos desencontros amorosos imortalizados por Drummond, este livro reflete a dor e a beleza dos desencontros amorosos e, principalmente, do encontro com nós mesmos”.

Dividido em 7 capítulos, o romance interliga a vida de 6 personagens – João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili, que vão se encontrar e se afastar em vários lugares do Brasil, inclusive Goiás, e do mundo. “O poema conta a história do meio: ‘João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história’. Resolvi dar um início e um fim às personagens e reinterpretar o poema em forma de romance”, destaque Ricardo.

Com uma escrita envolvente e poética, Ricardo nos presenteia com uma narrativa que captura a essência dos desencontros amorosos e a complexidade do amor em uma jornada inesquecível pelos caminhos tortuosos do coração humano. Ele se inspirou em pessoas reais para escrever o livro. “Desde criança, eu queria escrever um livro, até construí uma mesa para essa finalidade, mas eu não tinha vivência nem experiência, pouco entendia do amor. Só o sentia. E o sentia, ao mesmo tempo, de uma forma bela, mas também de uma forma trágica, pela relação dos meus pais. O tempo passou e, no meio do caminho e dos livros, eu conheci Carlos Drummond de Andrade e outras pessoas, que me deram a ideia da escrita. Eu passei, então, a olhar, de forma mais analítica, os desencontros, tentando trazer para a ficção, de forma suave, a realidade”.

O prefácio do livro é assinado pela jornalista e escritora Marla de Queiroz. Segundo o texto que abre o exemplar, e uma verdadeira carta a Ricardo Pereira, a obra revela a complexidade das relações humanas em um enredo que faz refletir sobre a natureza do afeto e da dor. “Talvez, o protagonista dessa história seja a necessidade de encontrar a si mesmo. E, talvez, a busca incessante pelo amor no Outro seja a ponte retornar ao que somos. Porque amor é fonte que não seca. E o desencontro pode ser só mais um lugar que podemos esquecer. Afinal, ‘o passado é um monstro difícil de derrotar. Mas derrotável’. Eu li sem querer parar, mas sem querer que acabasse”.

Doce notícia
Para o escritor Rafael Magalhães, que possui o perfil Precisava Escrever (@precisavaescrever) no Instagram com 3,7 milhões de seguidores, o livro “E se Você Amasse Alguém que Ama outra Pessoa?” foi uma grata surpresa. “Lembro da primeira vez que tive o privilégio de ler aquelas 52 palavras de Quadrilha ainda nos tempos de escola. Durante todos esses anos, eu me questionei o que diabos o João foi fazer nos Estados Unidos? Como foi o tal desastre que ceifou a vida do Raimundo? De onde havia surgido o tal Fernandes? São dúvidas sinceras e que provavelmente ficariam sem resposta. Acontece que, para a minha surpresa e empolgação, neste ano eu recebi a doce notícia de que, depois de tanto tempo, alguém finalmente teria a coragem necessária para se debruçar sobre estas pontas soltas”.

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