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Remake de 'A Cor Púrpura'estreia nos cinemas de Goiânia e Aparecida

Divulgação

<MC>D</MC>a opressão cruel de seu <CW-30>próprio pai à batalha contínua contra a adversidade nas mãos de um marido implacável. Para piorar, do lado de fora de casa, ela vive sob a sombra do racismo nos EUA. A jornada pessoal da jovem preta Celie assusta no filme <FI10>A Cor Púrpura</FI>, que ganha uma nova adaptação nos cinemas, com estreia nesta quinta-feira (8) nas salas de Goiânia, Aparecida de Goiânia e na 15ª edição da mostra O Amor, a Morte e as Paixões. A obra, com uma indicação ao Oscar, tem direção do cineasta ganense Blitz Bazawule, que ficou conhecido por ter codirigido o álbum visual "Black is King", de Beyoncé.

"A Cor Púrpura" é a história do livro homônimo de Alice Walker, de 1982, em que a autora detalha a vida das famílias afro-americanas na Geórgia durante o século 20. A obra teve uma primeira adaptação para o cinema sob o comando de Steven Spielberg três anos depois, com um elenco formado por nomes como Danny Glover, Oprah Winfrey, Margaret Avery, além da então revelação Whoopi Goldberg, que ganhou um Globo de Ouro por sua atuação como Celie. Dessa vez, o filme é estrelado pela vencedora do programa de TV 'American Idol', Fantasia Barrino, que também fez a protagonista na adaptação musical para a Broadway.

Fantasia Barrino agora divide o protagonismo com Taraji P. Henson, na pele de Shug, e com Danielle Brooks — que concorre ao Oscar de atriz coadjuvante ao dar vida a Sofia, amiga desbocada de Celie (na primeira adaptação, a personagem foi vivida por Oprah Winfrey, que é uma das produtoras do musical ao lado de Steven Spielberg, Scott Sanders e Quincy Jones, um dos produtores e compositores do álbum Thriller de Michael Jackson). Colman Domingo ('Euphoria' e 'Rustin'), Halle Bailey ('A Pequena Sereia'), Aunjanue Ellis ('King Richard'), além dos músicos H.E.R. e Jon Batiste, também integram o novo elenco.

Sucesso de crítica e de público, a primeira versão de "A Cor Púrpura" prometia dominar o Oscar de 1986 quando foi indicado em 11 categorias. Melhor filme, atriz, atriz coadjuvante (Oprah Winfrey e Margaret Avery), roteiro adaptado, trilha sonora e canção original foram algumas das estatuetas que a obra disputava. No entanto, o título saiu da cerimônia de mãos abanando, sendo considerado, ao lado de "Momento de Decisão" (1977), do cineasta Herbert Ross, que também recebeu a mesma quantidade de indicações, os grandes derrotados da história da maior premiação do cinema mundial.

Já na adaptação para os palcos, a história é outra. "A Cor Púrpura" brilhou entre 2005 e 2007 nos EUA e foi remontada em 2015. Nas duas versões, ficou com o Tony Award de melhor atriz. Na primeira quem venceu foi LaChanze, na segunda o prêmio foi para Cynthia Erivo. As duas viveram Celie. Levou o Grammy de melhor álbum de musical de teatro. É importante ressaltar que o filme de Bazawule parte por um outro viés ao lidar especialmente com o que foi feito na Broadway. Aliás, a versão brasileira, criada por Artur Xexéo (1951-2021) em 2019, colecionou troféus, como Shell e Bibi Ferreira.

Trama

Ambientada no sul dos EUA no início dos anos 1900, a trama acompanha a jornada de sofrimento da jovem Celie (nessa fase vivida por Phylicia Pearl Mpasi), que perdeu a mãe ainda criança e vive uma rotina de abusos. Violentada pelo pai, ela engravida duas vezes, e tem seus filhos levados pelo abusador. A menina de poucas palavras e olhos tristes tem na amizade com a irmã caçula, Nettie (papel de Halle Bailey), sua relação mais valiosa. Até que elas são separadas após a protagonista ser comprada em casamento por Mister (Colman Domingo – indicado como melhor ator por 'Rustin').

Já na casa do marido, ex-viúvo, onde ela precisa limpar, cozinhar e cuidar dos filhos dele, a jovem é mais uma vez submetida a uma série cruel de abusos e surras. Pouco tempo depois, Nettie decide morar com a irmã, com medo de também ser violentada pelo pai. No entanto, depois de resistir às investidas de Mister, ela é expulsa do lugar em um dia chuvoso e colocada para correr à base de tiros de espingarda. Nesse momento de desespero, ela firma uma promessa a Celie: escrever cartas diariamente, assegurando que apenas a morte será capaz de interromper esse elo vital entre as duas personagens. 

Os anos passam e Celie (Fantasia Barrino), que nunca mais viu ou ouviu falar da irmã, constata que Nettie morreu. É nesse período que outras duas mulheres entram em cena na vida da protagonista e dão uma virada na trama. A destemida Sofia, vivida por Danielle Brooks, esposa do seu enteado Harpo (Corey Hawkins), que não aceita que o marido mande nela, e a cantora Shug Avery, personagem de Taraji P. Henson, a amante de Mister, por quem Celie também se apaixona. A partir daí ela começa a repensar a sua vida e tem coragem para exigir respeito e acabar com os abusos que vem sofrendo a vida toda

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