Wakanda está fragilizada emocionalmente. Em um período curto, os dois últimos reis morreram e o trono não pode ficar vazio por muito tempo. Quem será o próximo Pantera Negra? A Rainha Ramonda (Angela Bassett), Okoye (Danai Gurira), que é a melhor lutadora dos wakadianos, Nakia (Lupita Nyong’o), Shuri (Letitia Wright) ou M’Baku (Winston Duke)? O último trailer deu uma valiosa pista, mas o fim do mistério será somente em Wakanda para Sempre, que estreia nesta quinta-feira (10), com pré-estreia nesta quarta, nos cinemas do Brasil. A direção segue nas mãos de Ryan Coogler e a missão de criar o roteiro foi de Joe Robert Cole.
Como não poderia ser diferente, o filme começa com uma grande homenagem para o ator Chadwick Boseman, que morreu em agosto de 2020, após perder uma luta de quatro anos contra o câncer de cólon. A trama vai trazer os acontecimentos da vida real para dentro da história, talvez sem explicar como foi essa partida dele no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). O certo é que o Rei T’Challa não viajou ou decidiu aposentar o uniforme como geralmente é a solução encontrada por outras produções quando sofrem perdas no elenco. Wakanda chora a morte do Pantera, mas precisa olhar para a guerra.
A pergunta que todos os fãs estão se fazendo é quem vai assumir o uniforme? Tudo leva para Shuri, filha de T’Chaka e irmã de T’Challa. Para quem não se lembra, a atriz que interpreta a personagem, Letitia Wright, estava envolvida em algumas polêmicas, como ser contrária à vacinação da Covid. O trailer não revelou o rosto, mas no capacete, ela colocou os mesmos pontinhos brancos utilizados quando a jovem vai para a batalha, como no primeiro longa. A escolha era óbvia. Nos quadrinhos, Shuri também vestiu o manto durante o arco Reinado Sombrio, que acontece logo após a Invasão Secreta dos skrull.
Wakanda para Sempre encerra a fase 4 do UCM com a missão de resgatar a qualidade das produções anteriores da Marvel. Nesse último arco, com raríssimas exceções, foi tudo muito genérico, sem profundidade, cheio de piadas infantis para disfarçar os roteiros fracos e efeitos visuais terríveis, caso de Thor: Amor e Trovão (2022). O novo Pantera chega para mudar isso e não tem como pensar diferente depois de ver a fotografia, ouvir a trilha sonora no trailer e o cuidado com o roteiro. A ideia é fechar com chave de ouro um período voltado para quantidade, não para a qualidade.
Por se tratar de um filme de importância cultural e representativo, a continuação do Pantera Negra tem potencial de sobra para ser o ponto de retomada dos anos de ouro da Marvel - liderança que vem sendo ameaçada nos últimos anos pela DC Comics. O primeiro longa, lançado em 2018, mudou a forma como Hollywood vê produções com protagonistas e elenco majoritariamente negros. Além disso, quebrou diversos tabus, como foi o primeiro longa de herói indicado para a categoria de melhor filme do Oscar – das sete indicações, o título levou três estatuetas (figurino, direção de arte e trilha sonora).
Trama
A sequência de Pantera Negra traz para o UCM um novo personagem: Namor (Tenoch Huerta), o mutante submarino da Marvel. No trailer, ele aparece bebê numa cena de parto, que mostra os pezinhos com asas. Na época, os despercebidos desse detalhe apostavam que ele era o filho de T’Challa. O filme pode ter cenas de flashbacks para apresentar o herdeiro de Atlântida, já que nos gibis trata-se do anti-herói mais antigo do estúdio. Ele lutou na Segunda Guerra Mundial contra a Alemanha nazista. A título de curiosidade: ele carrega o pacote completo de poderes: longevidade, força, resistência e voo.
O longa vai fazer uma adaptação. O roteiro mudou toda a origem do Namor. Ele é de Atlântida, mas para não confundir com o Aquaman, herói da DC, o país de origem será Talocan, baseado nos povos Astecas e até mesmo em culturas mais antigas da América Central. Nos quadrinhos, a rivalidade entre Wakanda e a terra do anti-herói é gigante. Tanto um lado quanto o outro já fez ataques terríveis e milhares de vítimas. Na trama, Namor vai afundar a terra do Pantera. Claro que isso não será de uma hora para outra. A Rainha Ramonda vai tentar uma diplomacia, mas ele não é um cara de muitos amigos.
O que faz Namor atacar Wakanda ainda não está muito claro pelas imagens divulgadas. Mas nos quadrinhos, ele é um cara que não precisa de muito para começar uma guerra. Vale lembrar que nessa fase das HQs quem utilizava o capacete de Pantera Negra era Shuri, o que faz acreditar mais uma vez que ela será a sucessora do rei. Wakanda para Sempre ainda vai apresentar outros personagens, caso de Aneka (Michaela Cole), que está ligada às Dora Milaje, que são um exército formado pelas maiores guerreiras do Reino de Wakanda, e Riri Williams (Dominique Thorne), a Ironheart ou Coração de Ferro.
Saga do Pantera
O Pantera Negra fez sua primeira aparição nos quadrinhos da Marvel no mês de abril de 1966, nas páginas de Fantastic Four #52. O herói foi criado por Stan Lee e Jack Kirby, e originalmente foi apresentado para enfrentar o Quarteto Fantástico, que havia encontrado a lendária nação de Wakanda durante suas expedições. Nos cinemas, a sua estreia foi em Capitão América: Guerra Civil (2016), que acaba assumindo o manto após ver o seu pai (T'Chaka) sendo morto em um atentado terrorista orquestrado por Zemo. Ele fez tanto sucesso que em 2018 ganhou um filme solo quando ele aparece apresentando o seu país de origem ao abrir as fronteiras para o mundo. Depois, ele retorna para breves participações em Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Ultimato (2019), onde ajudou na luta contra Thanos.
Herdeiro e trilha sonora
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre deve ter duas cenas pós-créditos, segundo alguns sites especializados. A primeira mostra que o Doutor Destino orquestrou a guerra de Wakanda vs Atlantis. Ele pode estar interessado no vibranium, metal raro conhecido como revestimento do traje do herói, do escudo do Capitão América e do braço do Bucky, o Soldado Invernal. Na segunda, Nakia (Lupita Nyong’o) acaba revelando que teve um filho com T’Challa, o que abre a possibilidade para um terceiro filme da franquia. A trilha sonora também já foi antecipada e a música destaque é de Rihanna, que lançou a inédita Lift Me Up. Ela não disponibilizava material novo como artista principal desde o lançamento do álbum Anti, em janeiro de 2016. Desde então, participou de projetos com N.E.R.D., em Lemon, e de PartyNextDoor, em Believe It.
