Aos 25 anos, Majur, diz que o seu primeiro álbum Ojunifé, nasceu após uma transformação espiritual. “Passei por um renascimento, e Ojunifé sou eu agora”, conta a cantora soteropolitana. “Na tradução do ioruba ele significa ‘olhos do amor’, e é o que faço nesse disco: contar sobre o cotidiano, força, motivação e amor”, explica.
Foram precisos dois anos para amadurecer a ideia do álbum. Depois de singles esporádicos, Majur lançou em 2018 o EP Colorir e, em 2019, fez uma participação em Amarelo de Emicida, junto a Pabllo Vittar.
Foi só então que ela entrou em um processo de produção no Rio de Janeiro, com auxílio de seus padrinhos Caetano Veloso e Paula Lavigne. Neste sentido, o cenário pandêmico a ajudou por causa do isolamento e introspecção.
“Foi o tempo exato para a descoberta de quem eu era. Vim me questionando, tentando encontrar nomenclaturas, um gênero em que eu conseguisse me encontrar”, conta a artista trans. “Sou uma mulher trans, negra e periférica ocupando esse lugar. Isso não aconteceria anos atrás; é uma revolução. Há muitas pessoas que precisam de uma motivação para serem elas mesmas e, se posso ser essa motivação, que eu seja”, reforça.