Thayná Santos viu com irritação marcas com as quais ela já trabalhou e tiveram atitudes racistas se juntando ao movimento antirracista que tomou conta das redes sociais nos últimos meses, com a #vidaspretasimportam. Modelo há 8 anos, ela tomou coragem e denunciou grandes nomes da indústria da moda.
A atitude foi decisiva para que os outros relatos de preconceito viessem à tona. Thayná, inclusive, criou o grupo Pretos na Moda ao lado de Camila Simões, Natasha Soares e Cindy Reis.
“Vi que marcas praticantes estavam se aproveitando do momento para se promoverem, e isso gerou um grande incômodo em mim. Decidi então relatar história. Expus o nome dos principais estilistas racistas (como Reinaldo Lourenço e Glória Coelho) que atuam na moda brasileira. Sabia que dessa forma, chamaria atenção à causa. Dito e feito! Essa minha atitude desencadeou uma série de relatos”, conta.
“O racismo está nas estruturas já erguidas da moda. Às vezes, ele é explícito e escancarado como um elefante. Às vezes, ele é minimalista com uma formiga. Muitas vezes ele é apenas debochado. Depende de quem o pratica e em que ambiente está. O único fator em comum dentre todas essas características é a existência do racismo! Ele sempre está lá. Punir quem o pratica é o começo do caminho”, reforça ela.