Valeska Reis, de 32 anos, é assistente de palco. Famosa principalmente em São Paulo, ela já foi rainha de bateria da escola de samba acadêmicos do Tatuapé e, depois, musa da Mancha Verde. Para quem nasceu ao som dos acordes e arranjos de um samba enredo, o respeito de tantas agremiações é sinônimo de reconhecimento.
Atualmente, Valeska reina absoluta na escola Império de Casa Verde, que entrou na avenida na última sexta-feira. Ela já foi eleita a melhor rainha de bateria de São Paulo pela liga independente das escolas de samba e no ano seguinte a agremiação venceu o carnaval. Em meio ao sucesso, Valeska já sofreu com o racismo: “Uma vez num shopping de classe A paulista, ao olhar apaixonada uma peça de roupa numa vitrine, a vendedora já chegou em tom de deboche como se eu não pudesse ter, falando o preço sem eu ao menos ter perguntado!
Achei aquilo de uma profunda falta de educação, respeito... Me diminuiu como se o fato de eu ser negra, não tivesse condição de comprar”. Nascida entre plumas e os paetês nos barracões das escolas de samba, Valeska conta que passou pela situação com a elegância de uma rainha, embora com a dor de ter sofrido o preconceito:
“O que eu fiz? Respirei fundo, agradeci a informação dada, esperei ela entrar na loja e em seguida lá, abordei e disse: ‘Aquela peça que você me disse o preço, eu vou levar, mas quero comprar com outra vendedora. Ela ficou sem graça e percebeu o ato que fez”.