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Último dia de carnaval em Goiânia reúne centenas de pessoas em bloquinho

Wesley Costa / O Popular
Bloco Esquenta LGBTI encerrou programação gratuita de carnaval de Goiânia

A agenda de festas públicas do carnaval de 2023 em Goiânia foi encerrada nesta terça-feira (21) com o Bloco Esquenta LGBT, que reuniu centenas de pessoas na Praça Tamandaré, no Setor Oeste. Em cinco dias de agito, os eventos da capital reuniram, diariamente, uma média de 20 mil pessoas. Para os organizadores e para a própria Prefeitura, o balanço é de aprendizados e expectativa para as próximas edições. “Está caindo o mito de que Goiânia não tem carnaval”, diz um dos idealizadores dos bloquinhos que percorreram a cidade.

O bloco desta terça contou com a apresentação de 11 artistas locais. O evento é mantido pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de Goiás (APOLGBT), com apoio das secretarias de cultura de Goiânia e de Goiás. O fundador da APOLGBT, Marcos Silvério, destaca que a cultura dos bloquinhos tem sido despertada na capital desde meados de 2014. Para ele, a grande adesão deve ser observada pelas gestões públicas como oportunidade de geração de renda e emprego.

Para Silvério, a grande adesão deve ser observada pelas gestões públicas como oportunidade de geração de renda e emprego. “Temos ambulantes que participam de um evento como esse e com aquele dinheiro ele alimenta a família o mês todo”, exemplifica o organizador. “Acredito que nos próximos anos, com muito diálogo, troca de informações, vamos conseguir fazer grandes carnavais. Está caindo o mito que Goiânia não tem carnaval, que o goiano não gosta de carnaval. Gosta sim, é só oferecermos bons eventos que a população local corresponde e o turista também virá”, destaca Silvério.

Diálogo

Em especial no bloco desta terça-feira foi possível utilizar o momento festivo para conscientização sobre a luta em prol dos direitos humanos. O organizador Marcos Silvério diz que aliar a cultura a movimentos sociais é uma ferramenta poderosa de diálogo com a população. “Se chamarmos os jovens para sentar e debater políticas públicas, isso vai reunir cinco, dez pessoas. Agora quando eu chamo evento em praça pública com música, diversão, lazer, consigo atingir a massa e reunir milhares de pessoas”, explica.

As pautas abordadas durante o evento foram diversas, conforme detalha Silvério. “Em todos os nossos eventos abordamos diversos temas transversais como o combate ao racismo, ao machismo, ao capacitismo, a violência e o respeito ao meio ambiente. Todos são temas colocados nas falas, nos banners, nas tendas”, diz o organizador, que cita a presença da renda de prevenção a doenças, com disponibilidade da testagem rápida.

Aprendizados

O secretário municipal de Cultura, Zander Fábio, diz que a avaliação é extremamente positiva. “Estamos fazendo um resgate de algo que há muito tempo estava adormecido”, afirma o secretário. Para Zander Fábio, as próximas edições devem chegar com aprendizados tanto por parte dos gestores como por parte da população. “A cada ano que passa tem aumentado o número de pessoas participando e temos que aprender. Tem muito a ser feito, principalmente no que diz respeito a sonorização, a própria ação da Polícia Militar, da Guarda Civil Metropolitana”, aponta.

Já sobre os pontos necessários para melhoria por parte da população, o secretário diz: “Precisam também entender que são eventos feitos para as pessoas e por isso adotar questões básicas como jogar lixo no lixo, a ter mais limites. E assim vamos aprendendo. Mas de forma geral foi muito positivo. Tivemos poucas intercorrências pelo número que frequentou os eventos durante toda a semana”, pontua.

Para Silvério, organizador do Esquenta LGBT, como o fenômeno da retomada dos bloco é algo recente, há necessidade de adaptações. “Nas reuniões que fizemos nós explicamos, por exemplo, que é necessário ter algum nível de tolerância por parte das forças de segurança porque uma multidão não evapora em cinco minutos”, cobra Silvério, que diz que o diálogo precisa continuar sobre questões como o horário limite permitido para som. “As festas também causam transtornos, mas o poder público precisa entender que os benefícios são muito maiores”, complementa.

Agenda

As atrações gratuitas da Prefeitura de Goiânia começaram na noite de quinta-feira (16), no Cine Ouro, com concurso oficial, que elegeu a corte com Rainha, princesas do Carnaval e Rei Momo. As festividades oficiais seguiram com o desfile de escolas de samba em diversos bairros da Capital, nos dias 18, 19, 20 e 21.

Entre os bloquinhos que marcam a agenda no final de semana está o Bloco do Mancha, que provou que o carnaval de rua em Goiânia é uma realidade. Sob forte sol, os foliões começaram a chegar por volta das 14 horas deste domingo (19) na Ambiente Skate Shop, loja localizada no Setor Bueno, para a concentração. A organização estima que mais de 30 mil pessoas estiveram presentes na festa.

O evento, que começou a ser realizado na capital em 2018, é uma das ações mais esperadas do carnaval goiano. Na segunda edição, no ano de 2019, conseguiu levar mais de 20 mil pessoas para o cortejo guiado pela caminhonete Ford 1969 azul turquesa, carinhosamente batizada de carretinha e que já se tornou marca registrada do evento, assim como o cão Mancha, personagem que dá nome ao bloco carnavalesco.

Na segunda-feira (20) foi a vez do bloco Carrinho de Mão Elétrico, que celebrou a volta após dois anos, no Shopping Center Sul, no Setor Oeste. O público curtiu a concentração a partir das 12 horas em estrutura montada em frente ao Salim Mustafá e Arcade Bar, localizados na galeria comercial.

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