Um total de 13 unidades de saúde de Goiânia já receberam ou estão recebendo intervenções com o foco em manutenção e adequação. Os serviços incluem troca de torneiras e lâmpadas, adequação em telhados e retirada de mofo em estruturas de gesso. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o principal intuito é prevenir deteriorações futuras.
Ao todo, 142 unidades serão submetidas ao processo, sendo que em torno de 30 devem ser entregues até o final do primeiro semestre. O investimento total é de R$ 25 milhões. Os recursos são da própria Prefeitura. Todas as obras serão feitas pelo Consórcio Gouveia, que venceu o processo licitatório.
O titular da SMS, Durval Pedroso, conta que foi feito um estudo de levantamento das condições estruturais de todas unidades de saúde da capital. “O intuito era justamente fazer uma vistoria para identificar quais os prédios estavam precisando de melhorias e de reformas. Foi um trabalho difícil pois temos recursos humanos limitados na secretaria”, esclarece.
O levantamento foi usado para definir qual o porte das obras da Saúde do Goiânia Adiante, que foram divididas em quatro vertentes: manutenção de unidades, reforma, reconstrução e construção. Além dessas intervenções, a SMS afirma que desenvolve um trabalho cotidiano de pequenos reparos que surgem conforme a necessidade das unidades.
Em relação às obras de manutenção e adequação, Pedroso explica que as unidades foram divididas conforme a necessidade de cada edificação. “As obras de porte um são aquelas com intervenções corriqueiras. Estamos falando de troca de lâmpadas, fechaduras, descargas, pequenos reparos na pintura, adequações em telhados e entupimento de calhas.”
Porte dois
Já as obras de porte dois são aquelas feitas em prédios que têm algum nível de comprometimento estrutural. “A questão do mofo é um exemplo. Não se resolve só raspando e pintando. É necessário fazer a troca do telhado. O Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Chácara do Governador, por exemplo, tem falhas na parte elétrica e o Cândida de Morais estava funcionando com uma fossa ao invés de esgoto”, diz Pedroso.
Uma das unidades que está com uma obra de porte dois em execução é o Centro de Saúde da Família (CSF) Primavera. “O telhado tinha um grau de degradação que não era simples de resolver. Foi necessária uma ação mais incisiva e um tempo maior de intervenção”, afirma o secretário.
Pedroso aponta que o intuito é evitar que as edificações fiquem degradadas futuramente. “Foram muitos anos de gambiarra e remendos. A intenção é sanar esse problema, pois a longo prazo isso pode causar danos estruturais que irão demandar intervenções mais profundas”, pondera.
Reformas
O secretário esclarece que essas intervenções de manutenção não são consideradas reformas pois não contam com, por exemplo, a substituição da planta original da edificação. “Essas obras que envolvem derrubar paredes ou então trocar o perfil de uma janela são mais complexas. Costumamos considerá-las de porte três”, relata.
Na capital, oito unidades de Saúde irão passar por grandes reformas, sendo que o trabalho já foi iniciado na Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Guanabara, no Centro de Zoonoses e no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Pedro Ludovico, que vai virar um Centro de Especialidades Médica.
Reconstrução
Outras duas unidades, o CSF Leste Universitário e o Cais Bairro Goiá, terão que ser reconstruídas por conta das condições estruturais precárias. Em dezembro de 2022, o teto do CSF Leste Universitário ameaçava cair. “No caso do Bairro Goiá, como não dá para fechar a unidade, primeiro vamos fazer intervenções pontuais para sanar problemas mais urgentes e depois faremos a reconstrução”, afirma Pedroso.
Além das unidades que serão reconstruídas, a Prefeitura promete entregar 12 unidades de saúde modulares. As obras de três delas, CSFs Vale dos Sonhos, Lorena Parque e Santa Fé, já começaram. A ideia é promover uma reestruturação na rede de atendimento primário na capital. A construção de unidades maiores vai permitir que a área de abrangência delas seja maior, o que possibilitará a descontinuidade das atividades de locais menores em bairros próximos.
Parte das 23 unidades de atenção primária de Goiânia que estão alugadas e geram um custo mensal de R$ 62,6 mil para os cofres públicos, deverão ser absorvidas por essas unidades maiores. O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO) se posiciona contra a mudança. Para a instituição, a alteração vai contra o que se espera do atendimento primário, pois vai centralizar os atendimentos em detrimento aos postos menores e de conhecimento dos moradores.