Recentemente, o Open Doors, relatório divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano e pelo Instituto Internacional de Educação (IIE), mostrou crescimento de 7,6% no número de estudantes brasileiros matriculados em cursos de graduação e de pós-graduação nos EUA, que já passa de 16 mil pessoas.
De acordo com a análise, os estudantes brasileiros buscam diversas áreas de estudo, com destaque para negócios, administração, ciências sociais, finanças e artes. No entanto, com essa nova experiência à vista, muitos dos alunos têm dúvidas sobre como devem se preparar para a jornada de estudos em outro país, pensando nos desafios de vivenciar outra cultura e todo o processo de mudança envolvido, como moradia, transporte, trabalho, entre outros aspectos.
Para ajudar nesta organização, Lara Crivelaro, especialista em internacionalização e CEO da Efígie, edtech especializada em educação internacional, traz algumas dicas para facilitar a adaptação dos estudantes brasileiros que vão cursar universidades nos Estados Unidos. Confira abaixo!
1 – A preparação começa muito antes
É fundamental entender e se preparar para o processo de admissão, que inclui testes padronizados como SAT (Scholastic Assessment Test) ou ACT (American College Testing), redações e atividades extracurriculares, mas, para além disso, o cuidado é anterior. De acordo com Lara, “preparar-se ainda na Educação Básica no Brasil pode ser importante para uma transição mais suave de um país para o outro. Faz-se necessário investir em um aprendizado aprofundado do inglês e participar de cursos avançados. É importante também estar atento a diferentes culturas por meio de leituras ou interações com estrangeiros, o que ajuda a desenvolver uma mente aberta. Foque também no desenvolvimento de habilidades como autonomia, resolução de problemas e pensamento crítico, que te prepararão tanto para as provas, quanto para a vivência”, afirma a especialista.
2 – Pesquise sobre a cultura do seu local de destino
Adaptar-se a um novo país pode ser um grande desafio para estudantes brasileiros que decidem cursar universidades nos Estados Unidos. Para tornar essa transição mais suave, a CEO destaca que é fundamental compreender e respeitar as diferenças culturais e, portanto, conhecê-las com certa propriedade. “A comunicação dos estadunidenses, por exemplo, é direta e objetiva, e pode ser uma mudança notável para os brasileiros. A pontualidade também é uma questão: ela é altamente valorizada e chegar atrasado a compromissos pode ser visto como falta de respeito. Além disso, a cultura americana incentiva a independência e a autonomia, esperando que os estudantes sejam proativos e autossuficientes. Estar aberto à diversidade cultural, religiosa e de modos de vida também é muito importante para uma integração harmoniosa a este novo momento de vida” completa.
3 – Esteja pronto para uma nova rotina
Se uma mudança nacional já é trabalhosa, as internacionais exigem mais. A maioria das universidades oferece opções de moradia dentro do campus, o que pode facilitar a adaptação inicial. A especialista destaca que, “morar no campus durante o primeiro ano é uma escolha comum, pois proporciona um ambiente seguro e confortável. Alguns estudantes optam por trabalhar para manter a qualidade de vida e, com visto de estudante (F-1), eles podem trabalhar até 20 horas por semana em empregos no campus e podem fazer estágios para ganhar experiência profissional. A rotina acadêmica e social pode ser intensa e é recomendável criar um equilíbrio saudável entre estudo, trabalho e vida social. Participar de clubes e organizações estudantis é uma excelente maneira de construir uma rede de apoio num país diferente do seu”, comenta Lara.
4 – Não esqueça de considerar as dificuldades acadêmicas
No âmbito acadêmico, os estudantes brasileiros podem enfrentar desafios significativos. A fundadora da edtech explica que o sistema de avaliação americano tende a ser mais flexível, com avaliações contínuas ao longo do semestre, incluindo quizzes, trabalhos e participação em sala de aula, além de oferecer um currículo mais abrangente que permite a escolha de disciplinas fora da área principal de estudo. “Tudo isso pode gerar um estranhamento por parte do estudante brasileiro e, para auxiliar na adaptação, quase todas as universidades americanas possuem um International Students Office (ISO) ou International Student Services (ISS). Esses departamentos oferecem sessões de orientação para novos estudantes internacionais, explicando aspectos legais, acadêmicos e culturais. Além disso, disponibilizam suporte contínuo ao longo do ano para questões relacionadas a vistos, integração cultural e adaptação acadêmica, e organizam eventos sociais e culturais para ajudar na integração dos estudantes internacionais”.
5 – E, por fim, não se desespere
Apesar de parecer muito difícil, seguir o planejamento correto pode facilitar a experiência de cursar uma universidade nos Estados Unidos. Por isso, a especialista aconselha os estudantes: “busque referências de outras pessoas que passaram pela mesma jornada, especialistas que costumam acompanhar viagens e relaxe, pois o planejamento certo trará oportunidades muito gratificantes. Não se esqueça que o curso, para além de proporcionar um diploma valorizado no mundo todo, ainda agrega na sua perspectiva global e nas habilidades que os acompanharão por toda a vida”, finaliza Lara.