Bairros localizados nas regiões Central e Sul de Goiânia serão aqueles em que usuários de internet móvel terão maiores chances de conseguir captar o sinal de tecnologia 5G. A ativação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se dará nesta terça-feira (16), em horário ainda não divulgado pelo órgão federal. Nas outras capitais que já recebem a tecnologia, a ativação se deu pela manhã, entre 7h30 e 10h30. Neste mesmo dia, Curitiba (PR) e Salvador (BA) também receberão a nova tecnologia. Na capital goiana, apenas 7 bairros terão a novidade para os usuários das três operadoras (Claro, Tim e Vivo).
Os setores Sul, Bueno, Pedro Ludovico, Oeste, Bela Vista, Marista, Nova Suíça são os locais em que os clientes com qualquer operadora em Goiânia terão a chance de verificar a nova tecnologia, que promete conceder velocidade até 100 vezes maior do que a atingida pelo sinal 4G, que continuará funcionando normalmente no restante da cidade e nos smartphones que não estão aptos ao 5G. No entanto, clientes da Claro, além destes bairros, poderão ter o acesso em outros quatro setores. Já quem é usuário da Vivo poderá ter acesso ao 5G em mais sete bairros da capital.
Os clientes da operadora TIM, ao todo, terão uma maior possibilidade de conseguir acessar a nova tecnologia neste primeiro momento, com disponibilidade em cerca de 130 bairros de Goiânia. Segundo a operadora, isso vai ocorrer por meio de 21 antenas. “Até o final do ano, a cidade contará com o dobro de antenas e novas áreas cobertas, de acordo com a demanda do mercado. Estamos com o Core todo implementado e nosso objetivo é ter a maior e melhor rede 5G do país, assim como fizemos com o 4G. Em Goiás, estamos presentes em mais de 80% dos municípios, com 98,7% da população goiana coberta”, afirma o diretor de Engenharia da TIM Brasil, Homero Salum.
Obstáculo
O principal obstáculo para o uso do 5G nesse primeiro momento deverá ser o acesso aos aparelhos compatíveis com a tecnologia. Segundo Salum, entre 5% e 6% dos clientes TIM utilizam modelos aptos à rede e, por isso, 75% dos smartphones disponíveis nas lojas da operadora para a venda estão preparados para tal, com foco em disponibilizar ao usuário as condições de acesso mais veloz e com menor tempo de latência. Na Claro, a estimativa de Paulo Cesar Teixeira, CEO da operadora para Consumo e PME, também é de que 5% dos seus clientes já estejam com aparelhos preparados para a nova rede 5G.
A operadora comprou aparelhos com exclusividade junto às fabricantes para fornecer aos clientes que queiram trocar os celulares. O foco é naqueles com faixa intermediária de preço. Teixeira explica que a mudança do smartphone é o suficiente para o uso do 5G, sem a necessidade de trocar o chip ou o plano. “A Claro vai ter duas frequências 3,5 GHz (giga Hertz) e 2,3 GHz, já entra com as duas frequências em Goiânia. Nós temos 45% de market share, dando condição de uma rede diferenciada”, afirma. Ele explica que já nesse primeiro momento o cliente conseguirá consumir com muito mais velocidade, além da redução no tempo de resposta e a possibilidade de alta concentração de tráfego sem interferência.
Teixeira relata que a Claro verifica aumento de 40% mensalmente no consumo de dados móveis, o que demonstra a necessidade de ampliar as condições de tráfego, velocidade e tempo de resposta. Diretor da Vivo na regional Centro-Oeste, Rodrigo Pereira Júnior afirma que, neste primeiro momento, os seus clientes “terão uma navegação ainda mais veloz e melhor experiência no uso e consumo de conteúdos multimídia ou nos jogos online de alta resolução, por exemplo”.
Os clientes Vivo, para acessar a rede 5G, também precisarão de um aparelho compatível, e a operadora possui portfólio com 49 modelos homologados, além de estar na área de cobertura, sem tarifação extra pelo acesso. Por outro lado, além do usuário final, o avanço da tecnologia é previsto para novos negócios. Diretor-executivo de Marketing e Negócios da Embratel, Marcello Miguel ressalta que no ambiente corporativo o 5G será ainda mais disruptivo, com a capacidade de potencializar as tecnologias de Inteligência Artificial e internet das coisas, por exemplo. Em Goiás, ele tem a expectativa de que empresas de agronegócios, saúde e educação podem evoluir fortemente com a maturidade digital. Isso ocorre desde a telemedicina, cirurgias robotizadas e verificações de solo e maquinários.