Dois dos três acusados de terem envolvimento na morte do corretor de imóveis Wellington Luiz Ferreira Freitas, de 67 anos, para não pagar comissão de R$ 20 milhões foram condenados nesta quarta-feira (14), em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. O júri popular condenou Rogério Teles Borges (executor do crime) e Rogério Oliveira Muniz (comparsa) a mais de 24 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado.
O acusado de ser mandante do crime, Renato de Souza, ainda não foi julgado. De acordo com a sentença, os dois condenados tem três qualificadoras do homicídio, sendo promessa de pagamento, asfixia e fogo, e dissimulação. Ambas sentenças tiveram agravante do crime ter sido cometido contra uma vítima com idade acima de 60 anos.
Durante o julgamento, a defesa de Rogério Teles Borges alegou inocência e pediu absolvição. Já a defesa de Rogério Oliveira Muniz, aceitou o benefício da colaboração premiada.
O jornal entrou em contato com a defesa dos condenados para um posicionamento, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
O que aconteceu?
De acordo com a denúncia, Renato de Souza devia ao idoso quase R$ 21 milhões, referente à comissão da venda de uma fazenda, valor que estava sendo cobrado judicialmente. Para não pagar a dívida ele teria procurado Rogério Muniz e oferecido R$ 150 mil para matar o corretor.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirma que Rogério Muniz aceitou a proposta e no dia 18 de junho de 2022 recebeu R$ 30 mil e 4 pneus novos como adiantamento da recompensa. Rogério teria então procurado a vítima identificando-se como interessado na compra de terras em Goiás e se apresentando com o nome de Adriano.
O suposto comprador e a vítima se encontraram na manhã do crime e foram até uma fazenda que eles negociavam. Dentro do carro de Wellington, Rogério Muniz teria imobilizado o corretor com uma corda, o enforcou, deixou o corpo no local e fugiu.
Corpo carbonizado
No mesmo dia do crime, Rogério Muniz recebeu R$ 42 mil de Renato e à noite o suspeito de executar o crime conversou por ligações com Rogério Teles, que teria o ameaçado para terminar o serviço. Os promotores do caso declaram que Rogério Teles era encarregado de dar suporte logístico ao executor, providenciando celulares para a comunicação do crime que eram descartados.
O suspeito da execução, então, teria retornado ao local do assassinato e colocado fogo no corpo da vítima, buscando apagar suas digitais. Conforme o Ministério Público, a ação contou com a ajuda também de Renato, o qual forneceu galões contendo óleo diesel.
O corpo de Wellington foi encontrado carbonizado no dia 21 de junho de 2022, próximo de uma fazenda comprada há pouco tempo por ele, em Rio Verde, no Sudoeste de Goiás. Isso ocorreu 14 horas após o desaparecimento da vítima. A caminhonete que ele usava no dia do desaparecimento foi encontrada na GO-333.