Um advogado de 39 anos é investigado por fazer transações bancárias em nome da mãe, uma idosa de 70 anos, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil (PC), o prejuízo inicial é de cerca de R$ 20 mil, mas que, segundo a família pode chegar a R$ 500 mil.
Segundo o advogado da idosa, Eugênio Lourenço Dias, as transações foram descobertas após o homem, que era procurador da mãe, se casar e não convidar os familiares para a cerimônia. Dias depois, a idosa teria ido ao cartório e passado os controles dos bens para a filha mais nova, que só aceitou a função se fosse feito um levantamento dos gastos da mãe, nos últimos quatro anos.
“No início de maio a mãe descobriu que este filho teria se casado e havia comunicado a ela deste casamento. Não só ela, mas ninguém da família”, contou Eugênio.
Após alguns dias, a mulher teria descoberto gastos exorbitantes no cartão da mãe. Ao cruzar os dados, ela concluiu que o irmão teria pagado os custos do casamento e lua de mel com o dinheiro da idosa. Ao procurar o banco, ela também descobriu que o homem teria feito dois empréstimos, em nome da idosa.
“Foi um susto, algo aterrorizante para a mãe e para a irmã quando perceberam que a quase um ano ele estaria desviando dinheiro da mãe (…..) Gastos com hotéis de luxo, viagens, e para a surpresa da mãe, até as despesas do casamento dele como: taxa de cartório, fotógrafo e etc foram pagos com o dinheiro da mãe”, relatou Eugênio.
Eugênio também contou que, os extratos bancários constataram que o advogado, que é professor em universidades de Goiânia e Anápolis, “ostentava uma vida, na qual, não poderia bancar com os salários que recebia”. Além disso, a idosa relatou que em abril deste ano, teria solicitado ao filho um dinheiro da venda de um imóvel deixado para era de herança pelo pai, mas o advogado “sempre dava desculpas para não entregar o valor pedido”.
“A mãe recebeu uma casa de herança do pai dela e esse filho ficou encarregado de negociar este imóvel…. Porém, o dinheiro nunca entrou na conta da idosa”, contou Eugênio.
O advogado ainda relata que a idosa tentou por diversas vezes contato com o filho para saber onde o dinheiro dela foi empregado, mas o mesmo “não deu nenhum tipo de resposta”, por isso, ela procurou Eugênio para mover uma ação contra o homem.
De acordo com o delegado Manoel Vanderic, o caso foi registrado na Delegacia o Idoso em Anápolis no último dia 18. Agora, o investigador deve ouvir testemunhas “cruzando dados e analisando extratos”.
O advogado foi denunciado pelo artigo 102 do Estatuto do Idoso, que se refere a “apropriar-se ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhe destinos diferentes aos de sua finalidade”.