Na última terça-feira (18), a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou 3.397 novos casos de Covid-19 em 24 horas. O número foi o maior do mês de maio no Estado e colocou Goiás em Estado com maior crescimento no mapa nacional durante uma parte do dia.
Apesar disso, os dados, que não são computados em tempo real, aconteceram depois de um domingo com apenas 202 confirmações. No mesmo dia, o Estado alcançou 81,01% de ocupação nos leitos de UTI Covid-19 públicos e privados, mas os números voltaram a cair nesta quarta-feira (19), chegando a 76,33% no fim do dia.
Para a pasta, é preciso alerta, mas ainda cautela na análise dos números de forma isolada.
Superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim defende a análise de casos por data de início dos sintomas de Covid-19. Os números são computados pelas chamadas semanas epidemiológicas, que têm início sempre em um domingo e se encerram em um sábado.
Desde a semana número 9, que abrange de 28 de fevereiro a 6 de março, os casos confirmados em Goiás apresentam queda. “Mesmo que os números sejam ampliados por causa do atraso nas notificações dos municípios, não há uma mudança brusca de cenário. Há crescimento em todas as semanas, mas permanecemos em queda até o momento”, explica.
Uma nova alta de casos nos próximos 30 dias não seria, tecnicamente, considerada uma terceira onda. Isso porque, em Goiás, a ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) específicas para Covid-19 não apresentou queda significativa abaixo de 50%, por exemplo.
Nos últimos sete dias, conforme painel de Covid-19 disponibilizado pelo governo estadual, a menor taxa de ocupação ocorreu em 13 de maio, com 70,38%. Isso, levando em consideração hospitais públicos e privados. A maior, por sua vez, no domingo (16), com 84,33%.
Amorim pontua que as taxas de ocupação permitem uma análise mais concreta do cenário em Goiás. “Quando olhamos casos confirmados e óbitos não vemos crescimento pelo gráfico do painel 2021, mas uma redução. Os mais de 3 mil confirmados nesta terça-feira (18) podem se referir a casos antigos. Apesar disso, existem outros indicadores que monitoramos como o chamado R, que é indica a velocidade do contágio. Em algumas regiões, o R está acima de 1, o que demonstra aceleração na transmissão do vírus. Ainda não houve impacto de uma forma geral no Estado, mas esse pode ser um sinal de alerta, de crescimento”, completa a superintendente.
A secretaria explica que ainda não é possível prever uma data de quando o impacto no aumento da transmissão pode impactar outros índices, como internação e mortalidade.
Flúvia Amorim diz, entretanto, que várias cidades do país já começaram a relatar um novo aumento de ocupação de leitos de hospitais e cita São Paulo, como exemplo.
“Por isso, o fato de estar tudo aberto e estarmos com funcionamento normal, não indica que devemos abrir mãos dos cuidados. Estamos cansados de repetir, mas ainda é necessário tomar cuidados com higiene, usar máscaras e manter não causar aglomerações”, acrescenta.
Regiões em alerta
O Mapa de Risco do Estado, que analisa aceleração e a sobrecarga do Sistema de Saúde possui, nesta quarta-feira (19), sete regiões em situação de calamidade, dez em situação crítica e uma em alerta.
O maior R, que indica taxa de transmissão é apontado na Região Norte, na qual estão localizadas Porangatu, Minaçu e outras 11 cidades: 2,05. A Região da Estrada de Ferro, que inclui Caldas Novas e outros 17 municípios, apresenta R de 1,53, assim como a Região Oeste I, na qual estão localizados Iporá e outros 15 municípios. No total, apenas quatro regiões apresentam índice abaixo de 1: Serra da Mesa, Sudoeste I e II e Nordeste II.
A maior incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) atual é na Região da Estrada de Ferro: 66,2. Já no quesito sobrecarga de saúde, a maior incidência de solicitações de leitos de UTI Covid-19 à Regulação Estadual é da Região São Patrício I, com 15,051, que abrange cidades como Ceres, Rialma e outras 18.
Casos e Vacinação
No total, Goiás já tem 588.934 casos confirmados de Covid-19, com 16.353 óbitos até a noite desta quarta-feira (19). A letalidade no Estado é de 2,78%. Até às 12h desta quarta-feira (19), 8,41% (592.531) da população do Estado havia recebido a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Para a primeira dose, o total aplicado chegou a 17,19% (1.214.920 doses). “Ainda temos uma vacinação que caminha lentamente e até grande parte da população se vacinar, em torno de 70% a 80% precisamos continuar com todas as medidas como máscara e evitando aglomeração”, finaliza Flúvia Amorim.