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Amma autoriza corte de mais 4 árvores na Praça do Sol

Wesley Costa / O Popular
Um dos logradouros mais famosos do Setor Oeste, Praça do Sol receberá mudas arbóreas de outras espécies no lugar das que foram extirpadas

Na semana passada a extirpação de uma paineira (barriguda) na Praça do Sol, um dos logradouros mais emblemáticos do Setor Oeste, em Goiânia, voltou a chamar a atenção para a situação da arborização do local. No final de janeiro um exemplar da mesma espécie caiu no espaço, durante a realização da Feira do Sol, deixando cinco pessoas feridas. Depois de vistoria, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) autorizou a retirada de quatro grandes árvores da praça.

No início de dezembro de 2022, a Gerência de Arborização da Amma autorizou a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) a retirar um Flamboyant (Delonix regia), que ficava no centro da Praça do Sol. Parecer técnico mostrou que a copa da árvore estava parcialmente seca e boa parte do tronco necrosada, indicando o final do seu ciclo biológico. A Amma decidiu pela retirada argumentando que havia risco de tombamento, exatamente onde usuários do logradouro fazem exercício ao ar livre. Para o lugar, a Amma solicitou à Comurg o plantio de uma muda da espécie Escova-de-garrafa (Callistemon viminalis).

Depois que uma forte chuva na capital no dia 29 de janeiro derrubou uma paineira (Ceiba speciosa) ou barriguda na Praça do Sol, a Amma fez nova vistoria no local. No novo parecer, a Gerência de Arborização condenou outros quatro exemplares arbóreos que estariam com “a saúde comprometida”. Uma sibipiruna (Cenostigma pluviosum), próxima ao espaço para cães, estaria com necrose na base do tronco e as ponteiras secas; um ipê-rosa (Tabebuia rósea), com o tronco totalmente seco e acometido de um fungo; uma espécie não identificada já seca e a paineira-barriguda (Chorisia speciosa) que foi extirpada na última semana.

De acordo com o parecer técnico assinado pelo biólogo Leandro Georges de Paula, da Amma, nesse último exemplar foi verificada uma exsudação no tronco (líquido escorrendo), galhos secos e “uma possível necrose” na base do tronco. Segundo o documento, exsudação na espécie “geralmente é indicativo de uma possível infestação pelo coleóptero Euchroma gigante”, uma espécie de besouro. A Amma informou que “foi possível verificar a presença de uma casa para pássaros no tronco”. No parecer, a Gerência de Arborização disse que “não se opunha ao corte”, desde que houvesse manifestação da Gerência de Proteção e Manejo de Fauna. Esta não se opôs porque a casa dos pássaros estava vazia.

Indignação

A jornalista e atriz Fabíola Vilela, que mora em frente, se indignou com a retirada da paineira da Praça do Sol. “Uma paineira de mais de 50 anos foi abatida pela Prefeitura de Goiânia esta noite. Alegaram que a árvore estava doente. Mas, reparem o tronco, estava viva e sadia”, comentou em seu perfil no Instagram, onde publicou uma imagem do que restou da árvore. “Não teremos mais sua folhagem frondosa e as flores delicadas que formavam um tapete rosa na seca”, comentou ela.

Para fazer a compensação ambiental em razão da retirada e da queda das árvores na Praça do Sol, a Amma solicitou à Comurg o plantio e a manutenção de três mudas de escumilha-africana (Lagerstroemia speciosa) e outras da espécie pata de vaca (Bauhinia sp). O plantio já foi realizado pela Comurg.

Boa aparência não indica saúde

Superintendente de Gestão Ambiental da Amma, Ormando Pires admite que a retirada de árvores de logradouros públicos é um tema complexo. “Nem sempre a aparência indica saúde.” Para ele, a queda da paineira na Praça do Sol no dia 29 de janeiro exemplifica sua opinião. Como forma de mitigar ou compensar o meio ambiente em razão do adensamento urbano, lembra que idealizou o ArborizaGyn, com o plantio de mais de 60 mil mudas na primeira edição. 

Pires ressalta que a Amma também conta com o projeto Disque Árvore que orienta, doa e realiza o plantio em calçadas sem nenhum custo. Em breve, conforme o superintendente, o órgão vai lançar o Rearboriza, que fará o plantio em ruas previamente estabelecidas e com indicação da espécie apropriada. Além desses projetos, para Pires, a solução para a questão ambiental na capital passa também pela oficialização do Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) em tramitação na Câmara de Vereadores. “Acredito que seja votado este mês.” 

Em 2022, foram retiradas na capital 6.905 árvores através de processos abertos junto à Amma. Somente nos últimos quatro meses foram abertos 1.221 processos de solicitações de análise para poda e extirpação de exemplares arbóreos em Goiânia. Desde setembro do ano passado, os pedidos são realizados de forma digital, por meio do sistema de Processo Eletrônico Digital (PED), disponível no site oficial do município: www.goiania.go.gov.br. Presencialmente, podem ser feitos nas agências do Atende Fácil, ou na sede da Amma, munido de documentos pessoais e do imóvel com comprovação do endereço.

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