A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) começou, nesta quinta-feira (26), o processo de remoção de algas no lago do Jardim Botânico, em Goiânia. A situação pode provocar desequilíbrio na fauna e flora da região.
Segundo a bióloga da Amma, Wanessa de Castro, as algas observadas no lago são macrófitas – tipo de planta aquática comum em locais de brejo -, e sua presença na água não apresenta nenhum risco.
Porém, de acordo com ela, o que preocupa é a quantidade excessiva desse material orgânico. “É algo natural, mas [em quantidade excessiva] podem diminuir a oxigenação da água e impedir a entrada de luz do sol”, fatores essenciais para a sobrevivência dos animais presentes no lago do Jardim Botânico, como peixes e cágados.
Wanessa diz ainda que a existência das macrófitas não está relacionada a nenhum tipo de contaminação ou desequilíbrio de causa humana, e é frequentemente monitorada pela Amma.
“A equipe faz essa remoção das algas sempre quando verificada a proliferação [...]. O último manejo que fizemos foi no período seco passado”, detalha a bióloga, que disse que esse tipo de alga também pode ser notada no lago do Parque das Flores, na capital goiana.
Segundo Wanessa, o processo de remoção das macrófitas será concluído ainda hoje e não demanda interdição do local. As plantas serão levadas para um viveiro da Amma e serão usadas em compostagem.
Investigação
Apesar do processo já em andamento de limpeza do lago no Jardim Botânico, a Polícia Civil informou que vai coletar amostras de água do local para analisar se a presença em excesso das macrófitas não está relacionada a algum desequilíbrio causado por contaminação.
A investigação é conduzida pelo delegado Luziano Carvalho, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema).
Para biólogo, remoção das algas é o ideal
O biólogo João Pedro Cicatelli também explica que, além de não serem nocivas, as macrófitas servem de alimentos e abrigos para outros animais.
Entretanto, assim como a Amma, Cicatelli destaca que a presença em excesso das algas é prejudicial ao ambiente aquático. Segundo ele, a falta de insolação abaixo da superfície e a retirada de oxigênio da água podem “ocasionar o sufocamento de espécies que precisam de luz e o ar disperso ali no corpo d'água.”
Para Cicatelli, o processo de remoção é necessário para manter o equilíbrio. “É aconselhável realizar a higienização do corpo d'água para manter o ambiente saudável. Não é recomendado deixar o crescimento desenfreado, caso não haja um sistema de predação natural”, conclui.