Estruturas que filtram resíduos jogados nas ruas para impedir que cheguem às galerias pluviais e cursos d’água estão sendo implantadas nas bocas de lobo em Goiânia, agora em vias públicas da região da Rua 44. Até então, estes equipamentos, que estão sendo chamados de ecofiltros, estavam sendo utilizados pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) nas galerias aos arredores dos parques. O Areião, no Setor Bela Vista, foi o primeiro a receber, ainda em 2021, um total de dez protótipos que ainda estão nas bocas de lobo do local.
Depois houve a instalação nos parques Cascavel, no Jardim Atlântico, e das Flores, no setor de mesmo nome. Somente agora haverá o uso dos ecofiltros em vias distantes dos parques, a começar pela Rua 44, em que três bueiros duplos receberam seis equipamentos. De acordo com o superintendente de Gestão Ambiental e Licenciamento da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Ormando Pires, a instalação do protótipo no Parque Areião mostrou eficácia considerada grande pela quantidade de resíduos que eram retirados após as chuvas.
No caso dos parques, como possuem equipes próprias de manutenção de servidores vinculados à Amma, a limpeza dos ecofiltros é realizada por elas, especialmente após as chuvas mais intensas. Para a Rua 44, a limpeza ficará sob a responsabilidade da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que já realiza o trabalho na varrição das vias. A previsão é que, devido a quantidade de pessoas que transitam no local, a retirada do material dos ecofiltros deverá ser diária. Pires conta que ainda estão sendo estudados bueiros na Avenida Contorno, também na região da 44, para receber os equipamentos.
O superintendente da Amma relata que há o interesse da Prefeitura em ampliar ainda mais o uso dos ecofiltros nas bocas de lobo da cidade, mas que em relação às vias longe dos parques isso deve ocorrer a partir do interesse da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra). “Podemos passar para eles. Nesse caso da 44, ocorreu um pedido do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) porque é uma região que está recebendo modificações”, diz Pires. Com relação específica à Amma, o interesse é que os equipamentos sejam instalados em todas as vias que circundam os parques municipais. Ressalta ainda que os materiais retirados dos ecofiltros, como garrafas pets e sacolas plásticas, são destinados às cooperativas de reciclagem.
Ele explica que isso é positivo para o meio ambiente da cidade, já que as unidades de conservação da Prefeitura estão localizadas em cursos d’água e até mesmo nascentes, para onde vão as galerias pluviais. “Queremos colocar em todos os parques em razão dos mananciais, pois evitam em muito que eles sejam contaminados, mas entendemos que se possa colocar nas ruas também, no futuro”, afirma o superintendente. Pires completa que, no entanto, ainda é preciso fazer um estudo mais específico para calcular o quanto de materiais foram impedidos de chegar aos córregos e rios da capital pelo uso dos ecofiltros.
Eficácia
Por outro lado, os técnicos da Amma já identificaram a eficácia das estruturas quanto a capacidade de impedir os alagamentos na região, pois uma estrutura equivocada poderia gerar um acúmulo de materiais de tal forma que nem mesmo a água conseguiria chegar à galeria pluvial e, então, alagar a via pública. Segundo Pires, em nenhum dos pontos em que os ecofiltros foram instalados houve a ocorrência de alagamentos, mesmo durante chuvas mais fortes. “Teria que ser uma chuva de dois ou três dias seguidos, o que não acontece normalmente. E conseguimos mostrar que o volume de resíduos retirado foi grande”, confirma.
A expansão dos equipamentos, porém, tem sido impedida pela falta dos materiais utilizados. A Amma tem aproveitado as estruturas metálicas de brinquedos públicos instalados em praças e parques que foram estragados e estão inservíveis e os próprios trabalhadores estão fazendo os ecofiltros. Pires reforça que há um pedido de compra de materiais para a confecção das estruturas para o próximo ano, mas que ainda necessita da confirmação se a aquisição será efetuada e qual será a capacidade de produção dos ecofiltros para a instalação nas vias de parques da cidade.
Resíduos
Nesta sexta-feira, a Prefeitura de Goiânia também vai inaugurar o seu quinto Ecoponto na cidade, localizado na Rua Elo 43, Setor Eldorado Oeste. A construção, que durou cerca de quatro meses, possui 1.486 metros quadrados (m²) e custou cerca de R$ 268 mil, em recursos do Tesouro Municipal. Os Ecopontos são espaços em que a população pode descartar resíduos de maior volume, como entulhos, galhos de árvores, pneus e até mesmo óleo de cozinha e materiais recicláveis.
A Amma informa ainda que “a estrutura conta com escritório e duas baias cobertas, para descarte de pneus e recicláveis, além de outras três descobertas”. Os outros ecopontos existentes são o Guanabara, na Rua GB-5 com Rua GB-6, Jardim Guanabara II; Faiçalville, na Avenida Nadra Bufaiçal com Avenida Madri APM, Setor Faiçalville; o São José, na Rua Frei Nazareno Confaloni com Rua Irmã Maria Bernarda, Jardim São José; e o Campos Dourados, na Rua São João Del Rei APM 07, Residencial Campos Dourados. Ormando Pires afirma que novas áreas estão em estudo para receber novos ecopontos na cidade, a partir do ano que vem.