Na decisão que soltou o vendedor ambulante suspeito de agredir o motorista que atropelou e matou seu filho de oito anos, neste sábado (17), a juíza Luciane Cristina Duarte da Silva mencionou que não havia como ignorar “a dor e a fortíssima emoção” sentida por Dedilson de Oliveira ao tentar impedir que o responsável pelo acidente fugisse do local.
Dedilson estava com o filho, Danilo Pignata, em uma avenida do setor Esplanada dos Anicuns, em Goiânia, no final da tarde de ontem quando um carro invadiu o canteiro central e atingiu a criança, que morreu na hora.
O pai de Danilo conseguiu desviar do veículo e, logo depois, teria agredido o motorista, que foi levado para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) com traumatismo craniano.
Dedilson foi preso em flagrante, mas passou por audiência de custódia neste domingo, quando foi solto. Em sua decisão, a juíza Luciane Cristina confirmou não ter havido ilegalidade no flagrante, mas destacou que a polícia havia tipificado o crime como tentativa de homicídio privilegiado, que ocorre quando a pessoa é motivada por “relevante valor moral ou forte emoção”.
“Não há como ignorar a situação em que os fatos de se deram, não podendo mensurar a dor e a fortíssima emoção sentida pelo autuado que o levou a agir daquela maneira naquele momento, a fim de impedir a fuga do condutor do veículo que ceifou a vida de seu filho”, argumentou a magistrada.
Luciane ainda declarou que a liberdade de Dedilson, que não tinha antecedentes criminais, não colocaria “em risco a garantia da ordem pública, o resguardo da instrução criminal e a aplicação da lei penal”, confirmando sua soltura sob a condição de comparecer em Juízo sempre que intimado.
A reportagem entrou em contato com o Hugol sobre o estado de saúde do motorista suspeito de atropelar e matar o menino Danilo e aguarda retorno.