Depois de mais de 70 dias de internação, o pequeno João Lucas Silva Ferreira, de 2 anos, que teve 80% do corpo queimado após um acidente doméstico em Rio Verde recebeu alta do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia na última sexta-feira (27).
Os pais, que são de Rio Verde, no sudoeste do estado, se mudaram para a capital após a internação mas estão desempregados e agora pedem ajuda para voltar para a cidade e para medicamentos do filho que passou por mais de 10 cirurgias.
Em entrevista ao G1 Goiás, a mãe, Beatriz Cristina de Sousa e Silva disse que o menino agora precisa de uma roupa especial, de malha compressiva já que a pele está muito sensível. João precisa de duas e cada uma custa R$ 540. “O João ainda precisa de remédios e pomadas, ele está com uma ferida na cabeça pois ficou muito tempo deitado”.
Desempregada no momento, contou que recebe o Auxílio Brasil de R$ 450, que cobre despesas e alimentação da família na capital, mas que não é suficiente para comprar o que João necessita.
A família recebeu diversas doações na capital de móveis e eletrodomésticos, mas também não consegue neste momento, bancar o frete para retornar para Rio Verde. Beatriz orçou a mudança e ficou em torno de R$ 1.450.
O acidente
O acidente aconteceu no dia 17 de março deste ano, em Rio Verde. O pai, Lucas Ferreira, de 26 anos, disse que o menino estava brincando no quintal pouco antes de se queimar.
Sua mãe estava fazendo almoço, por volta de meio-dia, quando a criança passou por trás da mulher em direção ao fogão, que estava lavando louças e não percebeu. O menino teria subido no fogão e virado uma panela com feijão sobre ele.
Transferido para Goiânia
Inicialmente, a criança foi encaminhada ao Hospital Municipal de Rio Verde e lá foi transferido para o Hugol, em Goiânia. Durante o tempo em que ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ele teve paradas cardiorrespiratórias. Agora vai precisar de acompanhamento com um cardiologista e também com fisioterapia porque ainda não consegue andar direito.
Como ajudar?
Para quem tiver o interesse de contribuir, mais informações podem ser obtidas pelos números (64) 98163-6138 ou (64) 98170-0681.
Golpe: Pedidos de ajuda foram feitos em nome da família
No mês de abril, Beatriz havia denunciado que três mulheres estariam usando a imagem do menino para aplicar golpes em Rio Verde. Ela chegou a receber mensagens e ligações de pessoas que ajudaram o casal questionando se ela estava precisando de alguma coisa e se havia pedido alguém para sair nas ruas pedindo dinheiro.
“Me falaram que tinham três mulheres em Rio Verde saindo de porta em porta e indo em consultórios médicos e em bairros nobres usando a imagem do João Lucas. As pessoas deixaram de ajudar porque querem dar golpe em cima do nome do nosso filho”, lamentou na ocasião.