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Após anos parado, relógio da Avenida Goiás voltará a funcionar

Diomício Gomes/O Popular
Tapumes e andaimes escondem a Torre do Relógio da Avenida Goiás

Atualizada às 20h15

Passando por obras desde 2019, a Torre do Relógio, que fica no canteiro central da Avenida Goiás, no Setor Central, em Goiânia, será entregue em maio. Em 2019, ela passou por intervenções ligadas à conservação do edifício e, em 2020, por uma restauração, ambas realizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Depois de anos parado, o relógio da torre também voltará a funcionar.

O relógio urbano, construído em 1942 e tombado em 2003, é um dos marcos de Goiânia e um dos símbolos do vasto conjunto urbano de art déco que a cidade possui, sendo reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro. A obra de restauração, iniciada em agosto do ano passado, deveria ter sido entregue neste mês. Porém, devido à pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2), a empresa contratada enfrentou dificuldades para encontrar insumos no mercado.

A restauração do edifício teve início após uma obra de conservação que começou em 2019 e terminou em maio de 2020. Neste tempo foram feitos serviços de limpeza, consolidação do revestimento externo em pó de pedra, recuperação dos pisos em granitina, reposição dos vidros quebrados e pintura externa.

Após isso, a equipe técnica do Iphan ainda constatou a necessidade de uma restauração no edifício que, ao todo, custará R$ 684,3 mil. A obra inclui a recuperação completa do reforço estrutural, do revestimento em pó de pedra, das áreas com fissuras e desprendimento do reboco causadas por um avançado estado de deterioração, o restauro dos elementos geométricos arquitetônicos e, por último, a reativação do relógio. Atualmente, a obra está em fase de acabamentos internos e de restauração dos revestimentos

A restauração do maquinário da Torre do Relógio ficou a cargo da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag). De acordo com o Iphan, não se sabe ao certo há quanto tempo o relógio não funciona, pois não existem registros. Porém, quando o maquinário foi retirado para a restauração faltavam peças o que impossibilitava o seu funcionamento. A Casag informou que neste momento o maquinário está sendo consertado e que ele será entregue junto da obra de restauração do edifício. A manutenção do local ficará sob a administração da instituição, assim que as intervenções feitas pelo Iphan forem concluídas.

BRT

As obras do BRT Norte-Sul entre a Praça Cívica e a Rua 1, no Setor Central, estavam paradas desde janeiro do ano passado, quando uma das placas da Torre do Relógio foi deslocada depois de um maquinário pesado começar a trabalhar na região.

Mais de um ano depois, o Iphan autoriza agora a continuação das obras. De acordo com o órgão, a liberação ocorreu depois de a Prefeitura “indicar alternativa de compactação da via com menor vibração, e, consequentemente, menor impacto aos prédios e monumentos históricos no entorno da Av. Goiás e Praça Cívica.”

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) informou que as obras no local devem retornar em abril. Nesta sexta-feira (16), Fausto Sarmento, titular da pasta, deve se reunir com o Iphan para tratar dos detalhes do retorno das intervenções no local e arredores.

Em relação ao avanço das obras do BRT na Praça Cívica, o projeto segue sem definição. O Iphan explicou que a documentação enviada pela Prefeitura, que detalha a proposta de intervenção na praça e como serão as estações de embarque e desembarque de passageiros, está em análise.

O Iphan esclareceu ainda que “o impacto na paisagem tombada e outras possíveis alterações no local” estão sendo dialogados também com o governo estadual, que demonstrou interesse em participar das discussões, que “vão desde a localização das estações, os tamanhos e a proporção do impacto da obra do BRT na Praça Cívica”. O Iphan diz ainda que a participação da comunidade e de outros setores na discussão através de audiências públicas online não é descartada.

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