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Após estragar várias vezes, balsa entre Cicerlândia e Britânia é embargada pela Marinha

Reprodução/Secretaria Municipal de Educação de Britânia
Crianças estão sem ir às aulas desde que balsa foi embargada, no último sábado (13)

A balsa ‘Judite’, única opção de travessia no Lago dos Tigres, entre o povoado de Cicerlândia e Britânia, no Oeste do estado, foi embargada pela Marinha no último sábado (13). Conforme mostrado pelo Daqui na última sexta-feira (12), a balsa, da qual a população do povoado depende para ir ao trabalho e também para que as crianças frequentem a escola, tem décadas de uso e está em condições precárias.

A cidade mais próxima do povoado é Jussara, que fica a 80 km, por terra, sendo 50 km em estrada de chão. Já Britânia, destino e ponto de partida da embarcação “Judite”, que em travessia leva, em média, de 15 a 20 minutos, está, por terra, a 180 km de Cicerlândia.

O Daqui solicitou novamente posicionamentos da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), responsável pelo serviço, sobre a situação da balsa. O contato foi feito no fim da tarde desta quarta-feira (10) e a reportagem aguarda retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.

No documento que determina o embargo da balsa, a Marinha, que regulamenta este tipo de embarcação, destaca que a estrutura permanecerá lacrada até que sejam sanadas as irregularidades determinantes de sua apreensão.

Segundo o aviso de embargo, retirar o lacre sem autorização da Capitania, é crime.

Crianças sem aulas

De acordo com moradores ouvidos pelo Daqui, 27 crianças e adolescentes ainda não foram às aulas nesta semana por conta do embargo da balsa. Essa já é a oitava vez que a balsa quebra neste ano dentro do período escolar.

Sobre o assunto, o Daqui conversou com a Secretária Municipal de Educação de Britânia, Maria do Desterro dos Santos. Ela explicou sobre a orientação que foi dada aos pais, de que o quando a balsa está quebrada, o transporte do município busca os estudantes que já fizeram a travessia, acompanhados ou autorizados pelos pais ou responsáveis.

“A parte da balsa não compete ao município. Nós não nos responsabilizamos pela travessia. O que está ao nosso alcance é buscar as crianças que os pais atravessem [pelo Lago]. Já até procuramos o Corpo de Bombeiros para que eles ficassem responsáveis pela travessia dessas crianças, mas não houve sucesso”, afirmou.

A secretária pontuou ainda que a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, já protocolou pedidos de uma embarcação adequada para o transporte de estudantes no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), do Governo Federal.

“Já faz quatro anos que renovamos esse protocolo na tentativa de conseguir essas embarcações do tipo lancha, que são muito usadas em regiões em que há população ribeirinha, especificamente para o transporte de estudantes, mas ainda não obtivemos sucesso”, ressaltou.

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