Depois de um ano suspensas, as aulas presenciais para alunos do ensino superior foram liberadas em Goiânia. Decreto publicado pela prefeitura nesta semana prevê regras parecidas com as que já ocorrem em escolas de ensino infantil e médio, como distanciamento entre as carteiras, medição da temperatura e fornecimento de álcool em gel. Instituições se organizam para o retorno gradual, mas algumas pretendem aguardar a vacinação contra a Covid-19.
Reitor do Centro Universitário UniAraguaia, Arnaldo Cardoso Freire diz que a instituição retornará gradativamente a partir de 10 de maio. “O aluno terá a opção de continuar remotamente.” Ele acrescenta a que a unidade está preparada para atender a ambos os públicos.
Pró-reitor da FacUnicamps, Almério Freitas Prado Júnior diz que a instituição também continuará com o modelo híbrido, a partir de 3 de maio. A entrada de turmas será em horários diferentes, assim como dos intervalos entre as aulas. “A entrada terá diferença de 20 minutos. Os intervalos serão diferentes para garantir prazo para que nossas equipes possam fazer a higienização dos ambientes”, diz.
Júnior destaca que desde o ano passado, quando foram autorizadas aulas práticas presenciais para alguns cursos, como os de saúde, a instituição tem mantido as rotinas com segurança. “Fizemos uma pesquisa interna com nossos alunos e cerca de 2 mil já responderam. Desses, um terço demonstrou interesse no retorno presencial. As coordenações também deverão organizar grupos para revezamento, caso seja necessário”.
O pró-reitor diz que poucos alunos afirmaram que só retornam quando tiverem acesso à vacina e, para este público, ele garante continuidade do acesso remoto. “A mesma aula ministrada aqui será transmitida. Não haverá prejuízo para quem escolher continuar em casa.”
A Faculdade Estácio informou que está preparada para as aulas em qualquer modalidade e que o calendário acadêmico do primeiro semestre de 2021 teve início ainda em fevereiro. Em nota, a instituição destacou que “está atenta às implicações da pandemia e mantém um canal de comunicação ativo com os alunos, garantindo que eles fiquem cientes sobre as atividades acadêmicas. A instituição observará as recomendações das autoridades competentes e condições sanitárias locais para definir o plano de retorno presencial da sua comunidade acadêmica.”
A instituição ressaltou na nota que já implementou uma série de medidas preventivas em prol da segurança e saúde de alunos e professores. Os espaços foram redesenhados, com maior distanciamento entre as carteiras, foram instalados dispensadores de álcool em gel, além de sinalizadores com orientações sanitárias e o uso de equipamentos de segurança será obrigatório. A unidade também reorganizou-se para o retorno de aulas práticas em laboratórios e campos práticos, bem como adquiriu câmeras para transmissões das aulas. Para a Instituição, a prioridade é contribuir, de forma efetiva, no esforço nacional de combate à propagação do vírus.
Em 2020, a instituição ressaltou que conseguiu colocar seus mais de 300 mil alunos da modalidade presencial estudando em casa. “Diferentemente da modalidade EaD, o modelo adotado contemplou aulas ao vivo pela internet, ministradas pelos mesmos professores, nos horários habituais e com o mesmo conteúdo, com interação, chat e discussões. Com isso, a instituição conseguiu não apenas resguardar o semestre letivo dos alunos como também manter os professores em plena atividade”, diz trecho da resposta da instituição.
A diretora da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), Eliane Moura, diz que a instituição decidiu manter apenas aulas práticas em laboratórios na modalidade presencial. As aulas teóricas continuarão na modalidade remota. Eliane explica que vários motivos levaram a instituição a tomar esta decisão, entre elas a possibilidade de uma terceira onda de contaminação do coronavírus (Sars-CoV-2). “Como os professores ainda não estão vacinados, todos perdemos parentes e amigos, a decisão neste momento é de continuar com apenas práticas de laboratórios presenciais.”
A reportagem entrou em contato com outras universidade, que não retornaram até o início da noite. Informalmente a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) informou que não havia definição sobre a retomada. Na UniAlfa, também não havia conclusão sobre a discussão do assunto. A Unip também não retornou, mas entre os alunos não houve qualquer orientação sobre o retorno. A instituição tem assessoria de imprensa apenas em São Paulo e não retornou aos contatos.