Extremistas vestidos de médicos mataram ao menos 38 pessoas e feriram outras 70 nesta quarta-feira (8) em um hospital em Cabul, capital do Afeganistão. A milícia terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do atentado.
Um homem-bomba se explodiu na parte de trás do hospital Sardar Mohammad Daud Khan, que é o principal hospital militar do país, com 400 leitos, e três agressores munidos de armas automáticas e granadas de mão entraram no complexo, relataram autoridades de segurança.
O porta-voz do Ministério da Defesa Dawlat Waziri disse que o ataque foi interrompido no meio da tarde, após uma operação militar que durou horas, e que os três invasores foram mortos.
As forças de segurança isolaram a área ao redor do hospital, próximo de um cruzamento movimentado, e soldados das forças especiais desceram nos telhados dos principais edifícios de helicóptero.
As embaixadas ocidentais localizadas no bairro residencial de Wazir Akhbar Khan, a poucos metros do hospital atacado, entraram em estado de alerta.
Um comunicado da Amaq, agência de notícias do EI, disse que seus combatentes atacaram o hospital. O grupo radical islâmico Taleban, que tem uma presença no Afeganistão bem mais intensa do que o EI, disse que não teve "nenhuma conexão" com o ataque.
O chefe do Executivo do Afeganistão, Abdullah Abdullah, prometeu "nunca perdoar os criminosos".
Imagens da TV mostraram pessoas abrigadas no telhado do edifício, enquanto outras tentavam ficar a salvo nos corredores e perto das janelas.
"Eu estava no terceiro andar. Os criminosos, com jalecos brancos de médicos, conseguiram entrar pela porta dos fundos. Todos os funcionários e pacientes entraram em pânico. Vi quando várias pessoas caíram, atiravam contra tudo que se movimentava", relatou à agência de notícias AFP um médico, que pediu anonimato.
"Me escondi na sala de reanimação e quando vi que não havia nenhuma saída, pulei pela janela", completou o médico, que quebrou a perna durante na queda.
Um enfermeiro, Abdul Qadeer, confessou seu medo à AFP: "Estava no vestiário quando vi um homem com roupa de médico e que atirava com um fuzil AK-47 contra os guardas e os pacientes no terceiro andar. Consegui escapar escalando o alambrado, mas um amigo foi atingido".