Os dados do Ministério da Saúde apontam que Goiás é 18º no ranking de Estados em relação ao porcentual da população total imunizada com a primeira dose da vacina contra a Covid-19 (6,97%). O líder é o Mato Grosso do Sul (16,1%). A média nacional está em 8% para o indicador, segundo os dados desta terça-feira (6).
Os dados do consórcio dos veículos nacionais de comunicação, também desta terça-feira, indicam Goiás ainda mais abaixo na lista, em 20º lugar.
Pelo planejamento nacional, cabem ao Ministério da Saúde as responsabilidades pela aquisição e pela distribuição das respectivas doses aos Estados. Estes, por sua vez, devem encaminhar os imunizantes aos municípios que são incumbidos de aplicar e registrar tudo na plataforma oficial.
Os Estados recebem quantidade de doses de vacinas calculadas proporcionalmente ao tamanho do público alvo prioritário. Na prática, isto quer dizer que se um Estado tem mais idosos e profissionais da saúde do que outro, ele vai obter proporcionalmente, mais unidades de imunizantes.
Em Goiás, até esta terça-feira, 37 municípios (16%) não utilizaram ou não registraram mais de 50% de doses em relação ao total distribuído pelo Estado. Outros 209 municípios (84%) registraram a aplicação de mais da metade da quantidade recebida. Juntos, todos os municípios goianos não utilizaram ou não registraram 54% das doses recebidas.
Apesar dos dez municípios que menos utilizaram ou não registraram doses em relação às distribuídas serem todos do interior (veja quadro), o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), explica que o problema se concentra principalmente nas cidades maiores.
A explicação é que apesar de pequenos, municípios como Itapuranga, que não utilizou ou não registrou 80% das doses, têm um número absoluto de doses muito inferior ao de outros. Neste caso, desde o início da vacinação a cidade recebeu 4.020 doses, sendo que 3.201 não foram aplicadas ou registradas.
Quando comparados com municípios maiores como, por exemplo, Aparecida de Goiânia, que não utilizou ou não registrou 35,3 mil (51%) das 69,7 mil doses que recebeu, percebe-se que apesar de um porcentual de aplicação/registro maior que o de Itapuranga, o número absoluto do município da região metropolitana da capital vai pesar mais porque é mais robusto.
A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) diz que a explicação para o baixo desempenho que aparece nos dados oficiais é a falta de registro por parte dos municípios na plataforma federal. “Esta diferença que temos é no registro”, aponta a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.
Flúvia cita como exemplo Goiânia, que no Painel da Covid-19 da SES-GO, possui 163,2 mil doses com registro de aplicação. Entretanto, de acordo com boletim da Secretaria Municipal de Saúde, já foram ministradas 244,2 mil unidades.
Em outras ocasiões, Flúvia já havia destacado que a falta de registro no sistema dificulta o acompanhamento por parte da SES-GO da vacinação no Estado em tempo real e de maneira precisa. Por conta disso, a pasta chega a fazer um levantamento paralelo com cada uma das cidades goianas para verificar como está a aplicação de cada uma das doses nos municípios.
Em nota, a SES-GO comunicou que de 1,2 milhão de doses de vacinas recebidas por Goiás, 1 milhão já foi distribuído, sendo que os registros apontam apenas 686 mil aplicadas. Para a SES, “a situação indica que o registro não está sendo feito em tempo oportuno pelas cidades.”