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Black Friday 2019: saiba como se proteger de golpes em compras online

Foto: Reprodução

Já virou tradição no calendário brasileiro do varejo: o mês de novembro é o mês da Black Friday. Segundo dados da consultoria Ebit/Nielsen, em 2019 a Black Friday brasileira deve ter faturamento 18% maior do que no ano passado, chegando a R$ 3,07 bilhões. Em 2018, a Black Friday foi a principal data para o comércio eletrônico no Brasil, superando Dia das Mães e Dia dos Namorados. Em meio às promoções, porém, surgem as dúvidas de como se proteger ao comprar e vender pela internet. Em meio a supostos descontos imperdíveis do evento, os usuários podem agir por impulso e realizar péssimos negócios.

Pensando na data, a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban) realizou entre os dias 20 e 26 de outubro a Semana de Segurança Digital, com a presença de 18 instituições financeiras que discutiram estratégias de segurança. De acordo com o diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, a iniciativa surgiu após as instituições financeiras perceberem que o brasileiro não tem o costume de se preocupar tanto com a segurança de seus dados. 

Isso facilita ações de criminosos na hora de roubo de dados e de dinheiro de contas digitais. "Nós temos uma questão cultural muito complicada. Por mais incrível que pareça, as pessoas fornecem dados (para criminosos)", diz. A intenção, segundo ele, é "auxiliar o brasileiro a ter cultura de segurança digital". 
De acordo com Hélio Cordeiro, especialista em segurança da informação e consultor da assessoria Daryus, a dica é se proteger de várias formas. "Não existe um bala de prata, são boas práticas que juntas garantem uma compra", orienta. Saiba como se proteger ao comprar e vender pela internet.

PARA COMPRADORES

Prefira lojas conhecidas

Ao comprar em instituições reconhecidas, o consumidor se protege de forma dupla: primeiro, aumenta a probabilidade de receber produtos de boa qualidade e sem sustos na entrega. Em segundo lugar, não fica exposto a plataformas de pagamento inseguras que podem roubar dados bancários.
Para lojas menos conhecidas, é preciso tomar alguns cuidados. Uma das possibilidades é consultar a reputação da marca em sites como o Reclame Aqui, em que é possível filtrar as reclamações dos consumidores por empresa e checar a resposta dela. Procure informações cadastrais como CNPJ, razão social e telefone fixo para contato.

Desconfie especialmente de links patrocinados em sites de pesquisa, aquele primeiro que aparece nas pesquisas com a indicação de que foi impulsionado. Fraudadores costumam pagar para terem seus links maliciosos com destaque. 

Compre apenas por equipamentos de confiança

Ainda que o cliente esteja realizando a compra em um site idôneo, a clonagem dos dados do cartão de crédito ainda é uma possibilidade. Isso vale para computadores compartilhados ou redes de wi-fi pública, em que todas as informações enviadas à rede podem ser capturadas e repassadas a terceiros. Mesmo em casa, é preciso se cuidar. Instale no computador ferramentas como antivírus e firewall, que bloqueiam invasores. Também vale instalar um antivírus no celular.

Outra medida importante é  manter os sistemas operacionais de computadores, smartphones e tablets atualizados, para terem acesso aos pacotes mais recentes de segurança do desenvolvedor. Isso inclui não utilizar softwares piratas, nem no computador nem em celulares, porque esses aplicativos não recebem as atualizações.

Use cartões virtuais

Outra possibilidade para evitar a clonagem de dados é o uso do chamado cartão virtual. Algumas instituições financeiras oferecem a ferramenta, gerada na hora, a partir da solicitação do cliente no aplicativo ou site. “Além de poder fazer uma compra única, não fornece seu dado real", explica Hélio Cordeiro.

A compra é lançada na fatura convencional e integra o mesmo limite, mas os números do cartão e código de segurança são diferentes do cartão físico. Após o cliente efetuar a compra, os números são inutilizados. Dentre as instituições que já oferecem o cartão virtual estão Nubank, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica.

A exceção é o Nubank, que tem uma numeração única para o cartão virtual independente do número de compras. É como se ele fosse uma segunda versão do cartão físico, com data de validade mais longa que os demais cartões virtuais.

Observe as formas de pagamento disponíveis

Uma das formas de pagamento mais seguras para o consumidor é o cartão de crédito. Além de eventuais seguro cobertos pela própria bandeira da marca, é possível solicitar o estorno da compra se houver algum problema. Por outro lado, se o site oferece apenas possibilidades de pagamento à vista, como transferências e boletos, o consumidor deve pensar bem antes de efetuar a compra.

PARA VENDEDORES

Sempre que possível, não negocie fora das plataformas

Em sites que conectam compradores e vendedores, um dos maiores riscos é a comunicação fora das plataformas —principalmente para os vendedores. Um dos golpes mais comuns é a falsificação de e-mails de pagamento. 

A fraude começa quando o suposto comprador manda uma mensagem pelo chat da plataforma pedindo que o vendedor entre em contato, pois quer mais informações sobre o produto. A maioria dos sites alertam para os riscos de negociar fora da plataforma e, por isso, bloqueiam mensagens que tenham sites ou endereços de e-mail. Para driblar o mecanismo de proteção, o golpista digita o próprio e-mail com vários pontos finais intercalados entre os caracteres, dificultando a leitura e bloqueio da mensagem pela plataforma.

O vendedor, então, entra em contato com o suposto comprador para solucionar dúvidas. O golpista afirma que vai finalizar a compra e, com o e-mail do vendedor em mãos, falsifica uma mensagem de comprovação do pagamento idêntica a que os sites intermediadores enviam.

Em seguida a vítima recebe a falsa autorização para enviar o produto e acaba despachando o produto pelos Correios. Dessa forma, ele não recebe o pagamento e fica sem o produto.

Para evitar essa fraude, o vendedor sempre deve conferir o passo a passo da negociação pelo site, ainda que receba e-mails da plataforma, e nunca fornecer contatos pessoais caso essa seja a orientação do site em que está vendendo.

Cuidado com as devoluções de produtos

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, os clientes têm até sete dias para se arrependerem de compras realizadas pela internet e devolverem o produto. Algumas plataformas chegam a oferecer trinta dias de cobertura para arrependimento. Para isso, a plataforma emite um cupom de entrega para ser anexado à caixa de devolução.

O que pode ocorrer é o cliente devolver o produto danificado, ou pior, enviar a caixa de devolução com outro produto ou tijolos dentro. Nesse caso, uma orientação informal repassada entre vendedores é sempre filmar o recebimento do produto para enviar à plataforma de intermédio, caso seja necessário.

Cuidado com o 'mito do cadeado'

E por fim, uma das formas de checar se as informações do site são criptografadas de ponta a ponta é conferir os ícones que aparecem no próprio navegador. Um dos indicativos é quando a URL do site começa com “https”, em que S vem de segurança. Além disso, ao lado do campo de endereço há um ícone de cadeado. Ao clicar em cima do cadeado, o carregador abre uma janela certificando que o site é seguro. 

Conteúdo Estadão
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