A Bolsa de Valores brasileira caía 0,35% perto das 11h25, aos 118.385 pontos, com os investidores ainda atentos ao desenrolar do Orçamento. No exterior, apenas Dow Jones tinha perdas de 0,33%. S&P e Nasdaq avançavam 0,11% e 0,65%, respectivamente.
O dólar, por sua vez, mostrava sessão volátil. A moeda oscilava entre altas e baixas já nas primeiras horas da manhã. Perto das 11h27, subia 0,08%, a R$ 5,7300.
A volatilidade vinha em reação a dados de inflação nos EUA divulgados nesta terça-feira (13) e também diante da persistente incerteza sobre o rumo da política fiscal doméstica.
Apesar da influência do movimento externo, analistas reiteram que a deterioração do cenário fiscal doméstico é o principal fator a manter o real depreciado.
O real teve o pior desempenho global na segunda-feira, quando o dólar fechou em alta de 0,90%, a R$ 5,7258, após notícias de que Paulo Guedes e o Ministério da Economia, em meio a pressões do Congresso sobre o Orçamento, estariam estudando a criação de uma PEC que abrigue gastos extraordinários, como medidas de apoio a emprego e recursos da Saúde, deixando essas despesas fora do teto de gastos.
Operadores têm repetido que, com tantos riscos em volta, o mercado tem evitado elevar posições, o que reduz a liquidez e deixa os negócios mais suscetíveis a vaivém.
A incerteza sobre a política monetária tampouco tem ajudado o câmbio. Quase metade dos gestores na América Latina consultados pelo Bank of America calcula que uma Selic entre 5,00% e 6,75% ao fim do ano conseguiria evitar depreciação adicional do real.
O juro nominal está em 2,75%, e o mercado projeta taxa de 5,25% no término de 2021.
A sondagem do BofA mostrou ainda que 75% dos investidores consultados esperam que o dólar finalize o ano abaixo de R$ 5,60.