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BRT vai operar sem as estações de embarque

Wesley Costa
Obra do BRT Norte-Sul, na Rua 84, em Goiânia: ônibus circularão antes das plataformas ficarem prontas

Desde meados do ano passado, a Prefeitura de Goiânia tinha prometido a entrega total do corredor exclusivo de transporte coletivo BRT Norte-Sul para esta sexta-feira (30), o que não ocorrerá. A nova previsão agora é que o corredor finalizado totalmente só ocorra em outubro deste ano. No entanto, até então, a promessa de iniciar a operação do transporte no próximo julho continua, de modo que os veículos e passageiros vão transitar pelos trechos mesmo sem a obra ser completada. Não haverá nenhuma plataforma de embarque pronta e a tendência é que elas sejam construídas com o decorrer da operação.

O contrato atual entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e o Consórcio BRT Goiânia vence no próximo sábado (1º) e deverá receber o 17º aditivo com o novo período do acordo, até o final de outubro. Havia um pedido das empresas em ter um aditivo no preço do contrato, com a alegação de que justamente na última etapa da obra haveria um prejuízo. Para se ter uma ideia, em fevereiro, a estimativa do consórcio é que as obras restantes custariam cerca de R$ 21 milhões, enquanto que o saldo a receber era de R$ 17,2 milhões. Porém, o acordo com a Prefeitura não vai envolver aumento no custo da obra, apenas o adiamento do prazo.

Na última semana, o secretário da Seinfra, Denes Pereira afirmou à rádio CBN Goiânia que todos os estudos internos da pasta apontavam para a manutenção do contrato com o aditivo de prazo, uma vez que o cancelamento do acordo e uma nova licitação ensejaria um prejuízo ao erário. Válido lembrar que as obras do corredor exclusivo foram iniciadas em abril de 2015 com a previsão inicial de serem finalizadas em dezembro de 2016, mas passou por sucessivos adiamentos e problemas, especialmente de paralisações entre 2016 e 2018. Houve o entendimento, desta vez, de que é válido dar o voto de confiança ao consórcio, que também teria interesse em finalizar a obra no novo prazo.

Se fosse entregue nesta sexta-feira (30), o corredor estaria sem a finalização do Terminal Perimetral Norte, localizado próximo ao Viaduto Iris Rezende Machado, com parte das calçadas da Avenida Goiás sem finalizar, assim como outros trechos que devem ser refeitos pela deterioração atual, além das 36 plataformas de embarque. Pelo menos seis destas plataformas, que são as estações ao longo do corredor, estão em situação mais avançada, com a cobertura já feita das estruturas pré-moldadas. Ainda assim, restam instalações internas, como nos banheiros, e toda a instrumentalização do sistema de transporte, já de responsabilidade do consórcio das empresas concessionárias do serviço. O argumento para não estarem prontas é que a falta do uso levaria ao vandalismo dos equipamentos e que até mesmo os espaços passariam a servir de moradia a pessoas em situação de rua.

Operação

A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informou que a operação estará pronta para julho. A reportagem apurou que há o entendimento de que com a operação em funcionamento será mais fácil a montagem das estações, pois será possível saber como será o modelo de instalação e as necessidades das concessionárias. Neste caso, como os ônibus adquiridos para operar no BRT permite o embarque e o desembarque dos dois lados do veículo, ou seja, com portas na direita e na esquerda, a ideia é fazer a operação mesmo sem as plataformas. Assim, as portas elevadas, que ficam na esquerda, serão utilizadas apenas nos terminais, que já estão prontos, de modo semelhante ao que se tem no Eixo Anhanguera.

Ao longo do corredor, no entanto, os passageiros deverão embarcar ou desembarcar pelo lado direito dos ônibus, onde a porta é mais próxima ao chão, semelhante ao que ocorre nos ônibus convencionais que operam na região metropolitana. Não existe a previsão de que todas as plataformas fiquem prontas ao mesmo tempo e a Seinfra foi convencida de que é possível ir entregando as estações aos poucos e com o decorrer da operação, de modo a não atrapalhar esse serviço. De qualquer modo, também não se sabe ainda qual será o ritmo de entrega dessas estações, ou seja, quantas serão feitas em uma semana ou um mês.

Com relação às estações na Avenida Goiás e na Praça Cívica, que possuem configurações diferentes em razão das exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existe a ideia de que elas são mais simples para serem montadas e construídas, de modo que o problema é justamente a construção das bases que vão receber as estruturas.

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