Raquel Pacheco, que ficou conhecida pelo pseudônimo “Bruna Surfistinha”, considerou que o presidente da república Jair Bolsonaro foi “infeliz” ao falar sobre o filme baseado na história da ex-prostituta.
Durante seu discurso em um evento que celebra os seus 200 dias de governo nessa quinta-feira (18), o presidente anunciou a revogação de mais de 900 decretos e leis consideradas por ele obsoletas. Entre as medidas, estava a transferência do Conselho Superior de Cinema do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. “Não posso admitir que com dinheiro público façam filme como o da Bruna Surfistinha”, justificou Jair Bolsonaro.
O comentário desagradou Raquel Pacheco, que rebateu o presidente durante entrevista ao Jornal Extra. “Mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, eu digo que ele, antes de fazer juízo de valor sobre os outros, ele deveria cuidar da moral da própria família, e ainda do nosso país. Afinal, ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco do dever dele principal, que é ser presidente”, afirmou.
O filme "Bruna Surfistinha' é baseado no livro "O doce veneno do escorpião” e levou mais de dois milhões de pessoas aos cinemas brasileiros. A protagonista do longa, Deborah Secco, também se disse “triste” e “um pouco chocada” com a justificativa de Jair Bolsonaro.
“E o que a gente queria com o filme era debater e falar sobre como a população lida com essa realidade, trazer o debate à tona. A gente não pode pegar um tema que existe, que é super real, antigo, porém muito atual, e esconder, fingir que ele não existe, né? Tampar com uma cortininha e não falar sobre isso”, disse a atriz.