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Câmara Municipal de Goiânia promove nova expedição no Rio Meia Ponte

Divulgação
Ponto de encontro do Rio Meia Ponte com o Ribeirão Anicuns, na Vila Roriz, sem a estrutura montada para ações de educação ambiental com alunos de escolas públicas

Tendo à frente a vereadora Kátia Maria (PT), a Câmara Municipal de Goiânia começou nesta quarta-feira (20) a 2ª Expedição Rio Meia Ponte. O projeto visa monitorar e avaliar as condições da água, solo, fauna e flora do principal manancial que corta a capital, responsável por 36% do abastecimento dos moradores de Goiânia, conforme a Saneago. A ação visa apontar caminhos para recuperar o Meia Ponte que sofre com a ação humana, deixando-o altamente poluído.

No início das atividades, o grupo que integra a expedição foi surpreendido com o desaparecimento da estrutura montada na Vila Roriz, no ponto de encontro do Rio Meia Ponte com o Ribeirão Anicuns, para ações de educação ambiental com alunos de escolas públicas e a comunidade em geral, a exemplo do que ocorreu em etapas anteriores. A força da água, provocada pela intensa chuva que caiu em Goiânia na noite de terça-feira (19), levou tendas, mesas, cadeiras, equipamentos, freezer e até um carro de som.

“A mãe natureza está nos dando oportunidade de dar uma aula prática a esses estudantes. A crise climática chegou. A força da água não pede licença”, disse a vereadora. Os trabalhos não foram interrompidos. As atividades seguiram normalmente e terão continuidade nesta quinta (21) e sexta-feira (22), no Dia Mundial da Água. A estrutura da Vila Roriz voltou a ser montada.

A Expedição Rio Meia Ponte é um projeto de autoria da vereadora Kátia Maria (PT), aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal. A primeira etapa ocorreu há um ano. Durante seis dias, cerca de 30 pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Instituto Federal de Goiás (IFG) desceram de barco os 40 km do rio, dentro do município de Goiânia, identificando pontos de degradação, assoreamento, poluição, descarte irregular de lixo e de esgoto, ocupação e desmatamento indevido das margens. Foram recolhidas amostras da água, solo, fauna e flora para identificar, em laboratório, as condições do rio. Em setembro, uma nova etapa foi realizada para avaliar a situação do rio durante a estiagem.

Na primeira fase foram identificados 31 pontos de assoreamento, dois aterramentos, nove erosões lineares, quatro erosões fluviais, rompimento de manilha, pivôs para irrigação e mineração. Na segunda, mais de 92 toneladas de lixo foram retiradas das margens e do leito do Meia Ponte, onde também estavam 437 pneus, todos recolhidos. A expedição não tem caráter fiscalizatório e punitivo, apenas científico, mas todas as irregularidades observadas foram reportadas aos órgãos competentes.

Todas as informações obtidas deram origem à Carta das Águas do Meia Ponte. O retorno dos pesquisadores ao manancial, na 2ª Expedição, tem o objetivo de analisar as condições do Meia Ponte um ano após o início das atividades. Uma nova carta será elaborada com um parâmetro comparativo. “As mudanças climáticas precisam ser ponto de debate. Autoridades e a sociedade precisam se atentar. Não adianta falar só de galerias ou obras de infraestrutura, precisamos falar de recuperação de matas ciliares, das margens dos córregos e rios. A chuva mostra a sua força”, comentou a vereadora.

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