Geral

Campanha de vacinação contra a paralisia infantil é prorrogada

Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil

O Ministério da Saúde prorrogou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (paralisia infantil) e Multivacinação de 2022, para crianças de 0 a 5 anos, devido à baixa procura. A data estimada era 9 de setembro mas, agora, a campanha seguirá até o dia 30.

A meta de vacinação é de, no mínimo, 95%. No entanto, somente 35% do público-alvo se imunizou. Em Goiás, a cobertura vacinal de crianças de até 2 anos contra a paralisia infantil é de 69% neste ano, até o momento. Em Goiânia, a cobertura cai para 22,86%, até 4 anos.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) alerta sobre a importância da vacinação para evitar o retorno do vírus da poliomielite. O Brasil recebeu, em 1994, o certificado de eliminação da doença. Mas, em maio deste ano, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) incluiu o país na lista de alto risco de reintrodução da doença.

Por esse motivo, é necessário subir a cobertura vacinal e atingir a meta de 95%, o que não ocorre desde 2015. O ideal é que até os 6 meses de vida toda criança tenha três doses da vacina contra a poliomielite. O imunizante de reforço é aplicado aos 15 meses e 4 anos. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta duas vacinas diferentes: a inativa e a alterada. A inativada deve ser aplicada via injeção intramuscular, em bebês de dois, quatro e seis meses de idade. Já o reforço, feito com a atenuada, em gotinhas, é via oral, entre os 4 e 5 anos.

Cobertura vacinal

A cobertura vacinal contempla todas as outras 14 doenças incluídas no PNI. A vacina Tetra Viral, que enquadra sarampo, caxumba, rubéola e catapora, é a que possui menor índice de cobertura em Goiás, com 18% entre as crianças de 0 a 2 anos.

A gerente de Imunização da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Clarice Carvalho, considera que um dos motivos para a baixa cobertura está ligada à disseminação de informações falsas. “O Brasil é referência mundial na vacinação, mas é uma cultura que, ao longo dos anos, tem se perdido. A divulgação de fakenews transmite insegurança aos pais em relação às vacinas”, afirma.

Este cenário causa, segundo a gerente, uma perda da cultura, que havia sido inserida na população brasileira há anos, de encarar as campanhas de vacinação com alívio e festejo. “É preciso sensibilizar a população novamente sobre a importância de se vacinar”, diz. “A população pode confiar na vacina ofertada e no profissional de saúde que está preparado para imunizar”, acrescenta Clarice.

Um segundo fator para baixa adesão é a subestimação dos vírus. Por algumas doenças não terem alto índice ou números nulos de notificação de casos no Brasil, a população acredita que elas se tornaram inexistentes. “Se a gente reduz a nossa cobertura vacinal, aumenta o risco para o surgimento e retorno destes vírus”, esclarece.

Clarice lembra que, apesar da campanha ser voltada para estimular a população, as vacinas continuarão disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde após a data de prorrogação. Ela reforça que adultos, idosos e gestantes devem procurar as unidades de saúde para atualizar o cartão de vacina.

Vacinas podem ser aplicadas em escolas 

Uma das orientações da SES-GO é que os municípios busquem alternativas para levar a imunização até as crianças e envolver os pais e responsáveis no processo. “A vacinação na escola é mais uma das estratégias que os estados têm incentivado os municípios a realizarem, já que grande parte do público-alvo está nas escolas”, explica Clarice. O projeto Xô Dodói é um exemplo dessa busca, com a distribuição de kits interativos com itens como quebra-cabeça, certificado de vacinação, máscara e cartela de adesivos, para envolver a criança e os pais na campanha.

Seguindo esta linha, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, iniciou, na segunda-feira (5), um novo cronograma de vacinação escolar nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’S) da cidade. Estarão disponíveis os imunizantes contra febre amarela, sarampo, caxumba, hepatite B e todas as demais vacinas de rotina, inclusive, as das campanhas em vigência contra a poliomielite (paralisia infantil), Covid-19 e influenza (H1N1, H3N2 e B).

A ação será realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e começou nos Cmeis Jardim Maranta e Ana Barbosa da Costa, no Setor Santo André, e também na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Amélia Alves, no Setor Expansul. As equipes da SMS estarão nas unidades de ensino para vacinar os alunos das 14h30 às 17 horas.

Para receber o imunizante, todas as crianças de 6 meses a menores de 5 anos deverão apresentar cartão de vacinação, RG ou certidão de nascimento, cartão SUS ou CPF. As crianças só serão atendidas mediante a assinatura do termo de autorização ou com a presença do responsável legal no dia agendado para a vacinação.

Em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), oferece a vacina em 72 salas diariamente. Nos fins de semana e feriados, a vacinação ocorre no Centro Municipal de Vacinação (CMV) e no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Urias Magalhães. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás, sob supervisão do editor Rodrigo Hirose)

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI