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Capivaras podem ter morrido ao saírem em busca de alimento

Fábio Lima
Duas capivaras foram encontradas mortas no meio da pista da Avenida 3ª Radial, na proximidade do Jardim Botânico, nesta quarta-feira (2)

JOÃO GABRIEL PALHARES

A morte de duas capivaras nas proximidades do Jardim Botânico pode ter sido ocasionada pelas queimadas recentes na maior unidade de conservação da zona urbana de Goiânia. O funcionário do parque Ezequias Vilas Boas explicou à reportagem que a saída dos animais pode ter ocorrido pela escassez de recursos alimentícios e falta de espaços na mata, que teve 30% de sua área tomada pelo fogo.

Conforme o jornal noticiou na quinta-feira (3), os bichos foi encontrados nas marcas de canalização ao centro da Avenida 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, na manhã desta quarta-feira (2). A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) afirmou, em nota, sobre a recorrente presença de capivaras no entorno do Jardim Botânico, como “animais de vida livre”.

De acordo com Vilas Boas, após três incêndios que acometeram parte do parque em setembro, as capivaras começaram a sair “das áreas mais fundas do mato para a beira do lago”. Apesar de não haver um inventário ou algum estudo mais preciso sobre os animais silvestres da área, o servidor estimou em cerca de cem o número de capivaras que vivem no espaço de 1 milhão de metros quadrados do Jardim Botânico.

A Amma disse em nota que, no período em que as queimadas são mais fortes, a saída dos animais da mata se torna mais comum. A partir do momento em que o habitat natural é recuperado, de acordo com a agência, eles tendem a voltar para dentro dela. Diante disso, “a população deve respeitar esses animais, e inclusive, respeitar o limite de velocidade nas proximidades de parques”, complementou.

Monitoramento

Apesar de a Amma não ter informações sobre o fluxo reprodutivo e quantitativo de animais dos parques, o biólogo da agência Pedro Baima explicou que o controle da população é feito pelo próprio ambiente em que os animais silvestres estão inseridos, que acaba por evitar, por exemplo, uma superpopulação. No caso das capivaras, ele explica que “elas vivem em bando, o que garante que a população se regule”.

Para além das questões quantitativas, Baima explica que equipes da Amma realizam monitoramento diário dos animais no parque. Esse trabalho garante, por exemplo, a investigação epidemiológica e da morte dos animais dentro das áreas verdes e de preservação ambiental. Há estudos que também são feitos em parceria com universidades.

As equipes se concentram também na educação ambiental, orientando a vizinhança sobre o mau hábito de alimentar os animais e os riscos que eles sofrem nas áreas verdes da capital. “(As equipes) Orientam sobre a relação que temos com os bichos, deixando claro que, mesmo estando na cidade, esses espaços verdes são o habitat deles”, complementa Pedro.

De acordo com a Amma, a gerência da unidade tem colocado em prática algumas ações previstas no Plano de Manejo do Jardim Botânico, orientando o público visitante e os vizinhos quanto ao malefício de alimentar os animais silvestres. “Outras ações para contenção dos animais silvestres nos limites do Jardim Botânico e avisos aos visitantes e à população, por meio de placas informativas, da presença deles nas proximidades têm sido planejadas”, disse a agência, em nota.

*João Gabriel Palhares é estagiário do GJC em parceria com a UFG

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