As gorduras não são os principais "assassinos" do coração, mas sim os carboidratos. É o que diz um estudo apresentado na terça-feira, 29, no Congresso Europeu de Cardiologia, que ocorre em Barcelona, na Espanha.
A pesquisa PURE (Prospective Urban Rural Epidemiology), conduzida pela Universidade de Hamilton, em Ontário, no Canadá, foi publicada na revista científica Lancet e questiona dezenas de estudos e trabalhos científicos já debatidos até agora sobre a prevenção da saúde cardíaca.
De acordo com Mahshid Dehghan, pesquisador do Instituto de Pesquisa em Saúde da População da Universidade McMaster, "a redução da gordura não melhoraria a saúde das pessoas". No entanto, os benefícios resultariam da redução de glicídios, ou seja, carboidratos, e "do aumento da gordura total em até 35%".
Os resultados das análises em mais de 135 mil indivíduos de 18 países de baixa, média e alta renda demonstram que a alta ingestão de carboidratos gera um grande risco de mortalidade cardiovascular.
A ingestão de gordura, de acordo com os dados, está surpreendentemente associada a menores riscos. As pessoas que mais consumiram gordura apresentaram uma redução de 23% no risco total de mortalidade, além de ter 18% a menos de chances de sofrer um acidente vascular cerebral.
Cada tipo de gordura foi associada a uma redução no percentual total dos riscos de mortalidade: saturada (-14%); monoinsaturada (-19%), poliinsaturadas (-29%). Entretanto, uma maior ingestão de gordura saturada também foi associada a uma redução de 21% no risco de um acidente cardiovascular (AVC).
No entanto, vale lembrar que a dieta mais indicada para cada pessoa deve levar em conta a avaliação de um profissional da saúde.