A mãe e a irmã de Janildo da Silva Magalhães - preso pela Polícia Civil como responsável pela morte da adolescente Amélia Vitória de Jesus - teriam ajudado nas investigações após notarem um comportamento estranho por parte do suspeito. De acordo com o delegado Eduardo Rodovalho, do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia, a família percebeu que Janildo se alterava sempre que assistia a reportagens sobre o desaparecimento da jovem na televisão.
Conforme o delegado, em depoimento, a mãe do suspeito afirmou que ele já teria saído de casa com um comportamento estranho, dizendo para que ela não o esperasse, pois ele não sabia se voltaria no dia seguinte ou “se estaria vivo”. A família também desconfiou dos horários em que Janildo ficou fora de casa, pois coincidiam com o desaparecimento de Amélia, mas, principalmente, desconfiaram do comportamento estranho que ele apresentava sempre que elas comentavam sobre o desaparecimento da menina em casa.
A irmã de Janildo também relatou à polícia que, quando o irmão chegou em casa na manhã seguinte ao desaparecimento de Amélia, ele rasgou a camiseta que estava usando e a deixou em um canto da casa. Ela então recolheu os pedaços da roupa e guardou. A polícia acredita que o objetivo de Janildo era queimar ou descartar os restos da camiseta, para evitar uma possível identificação.
Outro fator que contribuiu para a desconfiança da família foi o fato de Janildo ter pintado sua bicicleta no início de sexta-feira (1), quando retornou para casa. Além disso, a polícia também acredita que a comoção da mãe e da irmã com o sumiço de Amélia teria o influenciado a voltar à cena do crime, e abandonar o corpo na rua para que pudesse ser encontrado.
"A irmã dele disse que dizia: ‘Além de fazer maldade, não dá à família nem a chance de se despedir’. Eu acredito que essas palavras fizeram com que ele voltasse para colocar o corpo na rua”, informou o delegado.
Janildo é aposentado por invalidez e possui diversos antecedentes por crimes sexuais, furtos, roubos, tráfico de drogas e até homicídio. O Daqui não conseguiu localizar sua defesa até a última atualização desta reportagem.
Crime
Imagens de câmera de segurança registraram o momento que Janildo da Silva Magalhães levava a estudante Amélia Vitória de Jesus em sua bicicleta antes de ela ser estuprada e morta. No vídeo, é possível ver a adolescente sentada no 'cano' da bicicleta vestindo um capuz na cabeça. As diligências indicam que ela pode ter sido ameaçada com uma faca.
De acordo com a polícia, Janildo tinha o costume de furtar e roubar nas proximidades onde Amélia desapareceu. Dessa forma, no dia em que o crime ocorreu, ao avistar a vítima próxima a um matagal, ele teria obrigado-a a subir na bicicleta e a conduzido até um imóvel abandonado, onde ocorreu o primeiro abuso.
Em seguida, o suspeito teria levado a jovem até um segundo imóvel abandonado, descrito como “insalubre” pelo delegado, que ele utilizava como esconderijo. Os vestígios apontam que Janildo teria continuado com as práticas de violência sexual, e depois matado a vítima por asfixia.
Após ser identificado e confrontado pela polícia, Janildo disse que estava ajudando outro homem. Foi comprovado, no entanto, que ele agiu sozinho.
Relembre o caso
O corpo de Amélia Vitória de Jesus, de 14 anos, foi encontrado enrolado em um lençol, na Rua Hematita, no Parque Hayala, em Aparecida de Goiânia, no último sábado (2). A estudante estava desaparecida desde quinta-feira (30), quando saiu para buscar a irmã mais nova na escola.
Câmeras de monitoramento registraram o caminho feito por Amélia no dia de seu desaparecimento. Nas imagens obtidas pela polícia, a adolescente apareceu caminhando, primeiro por uma rua, ao lado de um muro, depois por uma avenida. É possível ver no vídeo que Amélia atravessou em direção a uma rotatória e passou em frente a algumas casas. Nas próximas imagens, que seriam da sequência do trajeto que a jovem faria, ela não foi mais vista.