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Caso Ariane Bárbara: acusado de assassinar jovem disse que participou do crime por medo

Michel Gomes
Jeferson Cavalcante, acusado de participar do assassinato de Ariane Bárbara

Um dos acusados pelo assassinato de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, Jeferson Cavalcante Rodrigues relatou durante o julgamento desta terça-feira (29) que ajudou no crime por medo e que sua família estava sendo ameaçada. Além dele, Raíssa Nunes Borges também é julgada.

Conforme a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Jeferson é o dono do carro onde Ariane foi morta a facadas. Ele, Raíssa, Enzo Jacomini Carneiro Matos e uma menor conheceram Ariane em uma pista de skate, no Setor Coimbra, e convidaram a vítima para lanchar. 

Os investigadores informaram que na época Ariane teria sido escolhida por eles de forma aleatória para que a acusada Raíssa Nunes Borges, de 20 anos, pudesse saber se seria ou não psicopata.

Ele também afirmou que só teria participado do crime dirigindo o carro “para não desencadear mais ainda a raiva da menor", disse, completando que Raissa era a “sombra” da menor. 

Ainda segundo o réu, a menor tinha envolvimento com pessoas que são do crime, e que fazia ameaças de matar a família dele. Segundo Jeferson, além de fazer ameaças ao pai e a mãe dele, dias antes da morte de Ariane, ele estava em uma festa em que pessoas estavam armadas. 

Jefferson disse ao juiz que tem depressão e que precisa tomar medicamentos duas vezes ao dia, entre esses medicamentos está um estabilizador de humor. 

Possessão
Para Jefferson, a menor se mostrava uma pessoa possessiva. Ele narrou que, em uma ocasião, ela agrediu Raissa no rosto em uma praça em que eles estavam. O motivo seria porque Raissa a deixou sozinha em determinado momento para conversar com outras pessoas.

Noite do crime
Antes da noite do crime, Jefferson disse que a Raissa pediu para ele tirar o tampão do porta-malas do carro e colocar um saco plástico. "Quando chegar o momento você vai estalar o dedo duas vezes para a gente saber", disse Jeferson.

Questionado sobre um estalar de dedos e uma música, sinais que teriam dado início às agressões contra Ariane, o réu disse que Enzo ia escolher uma música mas que não sabe o porquê da escolha. 

"Eu senti empurrões no banco de trás e me fiz de desentendido. Sem saber o que de fato estava acontecendo lá eu estalei o dedo duas vezes e o Enzo colocou uma musica", disse.

Segundo ele, Raissa tentou estrangular Ariane pela primeira vez e não conseguiu. Depois de alguns minutos, ela tentou novamente e mais uma vez não conseguiu. Com isso, Enzo pulou para o banco de trás e deu um mata-leão em Ariane. Após isso teria acontecido a primeira facada, e única que Jefferson disse ter conhecimento.

Relembre o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), Raissa, Jeferson e Enzo teriam conhecido Ariane em uma pista de skate pública. O órgão explica que o trio atraiu a jovem dizendo que eles iam lanchar e depois, mediante violência física e golpes de faca, a mataram.

O crime aconteceu no dia 24 de agosto de 2021, por volta das 21 horas, no interior de um veículo. Narra a denúncia que, com o veículo em movimento, Raissa tentou estrangular Ariane, mas a força empregada não foi suficiente.

Ariane Bárbara, que tinha 18 anos, ficou sete dias desaparecida até ter o corpo encontrado em uma mata de um bairro de classe alta da capital. Na investigação, a polícia descobriu que três amigos e uma adolescente planejaram a morte, que seguiu uma espécie de ritual dentro do carro onde foi levada.

Segundo a polícia, o objetivo do crime era descobrir se Raíssa Nunes Borges, uma das amigas, era psicopata. Para isso, ela tinha que matar uma pessoa para avaliar a própria reação após o assassinato. Ariane Bárbara foi escolhida pelos amigos por ser pequena e magra. Assim, se ela reagisse, os três conseguiriam segurá-la com mais facilidade, segundo a polícia.

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