Um dos acusados pelo assassinato de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, Jeferson Cavalcante Rodrigues relatou durante o julgamento desta terça-feira (29) que ajudou no crime por medo e que sua família estava sendo ameaçada. Além dele, Raíssa Nunes Borges também é julgada.
Conforme a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Jeferson é o dono do carro onde Ariane foi morta a facadas. Ele, Raíssa, Enzo Jacomini Carneiro Matos e uma menor conheceram Ariane em uma pista de skate, no Setor Coimbra, e convidaram a vítima para lanchar.
Os investigadores informaram que na época Ariane teria sido escolhida por eles de forma aleatória para que a acusada Raíssa Nunes Borges, de 20 anos, pudesse saber se seria ou não psicopata.
Ele também afirmou que só teria participado do crime dirigindo o carro “para não desencadear mais ainda a raiva da menor", disse, completando que Raissa era a “sombra” da menor.
Ainda segundo o réu, a menor tinha envolvimento com pessoas que são do crime, e que fazia ameaças de matar a família dele. Segundo Jeferson, além de fazer ameaças ao pai e a mãe dele, dias antes da morte de Ariane, ele estava em uma festa em que pessoas estavam armadas.
Jefferson disse ao juiz que tem depressão e que precisa tomar medicamentos duas vezes ao dia, entre esses medicamentos está um estabilizador de humor.
Possessão
Para Jefferson, a menor se mostrava uma pessoa possessiva. Ele narrou que, em uma ocasião, ela agrediu Raissa no rosto em uma praça em que eles estavam. O motivo seria porque Raissa a deixou sozinha em determinado momento para conversar com outras pessoas.
Noite do crime
Antes da noite do crime, Jefferson disse que a Raissa pediu para ele tirar o tampão do porta-malas do carro e colocar um saco plástico. "Quando chegar o momento você vai estalar o dedo duas vezes para a gente saber", disse Jeferson.
Questionado sobre um estalar de dedos e uma música, sinais que teriam dado início às agressões contra Ariane, o réu disse que Enzo ia escolher uma música mas que não sabe o porquê da escolha.
"Eu senti empurrões no banco de trás e me fiz de desentendido. Sem saber o que de fato estava acontecendo lá eu estalei o dedo duas vezes e o Enzo colocou uma musica", disse.
Segundo ele, Raissa tentou estrangular Ariane pela primeira vez e não conseguiu. Depois de alguns minutos, ela tentou novamente e mais uma vez não conseguiu. Com isso, Enzo pulou para o banco de trás e deu um mata-leão em Ariane. Após isso teria acontecido a primeira facada, e única que Jefferson disse ter conhecimento.
Relembre o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), Raissa, Jeferson e Enzo teriam conhecido Ariane em uma pista de skate pública. O órgão explica que o trio atraiu a jovem dizendo que eles iam lanchar e depois, mediante violência física e golpes de faca, a mataram.
O crime aconteceu no dia 24 de agosto de 2021, por volta das 21 horas, no interior de um veículo. Narra a denúncia que, com o veículo em movimento, Raissa tentou estrangular Ariane, mas a força empregada não foi suficiente.
Ariane Bárbara, que tinha 18 anos, ficou sete dias desaparecida até ter o corpo encontrado em uma mata de um bairro de classe alta da capital. Na investigação, a polícia descobriu que três amigos e uma adolescente planejaram a morte, que seguiu uma espécie de ritual dentro do carro onde foi levada.
Segundo a polícia, o objetivo do crime era descobrir se Raíssa Nunes Borges, uma das amigas, era psicopata. Para isso, ela tinha que matar uma pessoa para avaliar a própria reação após o assassinato. Ariane Bárbara foi escolhida pelos amigos por ser pequena e magra. Assim, se ela reagisse, os três conseguiriam segurá-la com mais facilidade, segundo a polícia.