A delegada Caroline Borges Braga, responsável pela investigação da morte da adolescente Luana Marcelo Alves, de 12 anos, revelou, nesta sexta-feira (2), que o homem que confessou ter matado a menina, Reidimar Silva Santos, admitiu ter estuprado a menina após a morte dela, praticando necrofilia. Luana desapareceu há cinco dias e foi encontrada na morta e enterrada na casa do ajudante de pedreiro, que confessou ter matado a menina.
A informação do abuso foi revelada pelo homem à polícia durante o interrogatório formal dele realizado na delegacia, na terça-feira (29). Ela explicou que inicialmente o homem havia confessado apenas que tinha tentado estuprar a menina antes de matá-la.
No entanto, a delegada acrescentou que, apesar do homem ter acrescentado essa informação no depoimento, ainda é necessário aguardar os laudos periciais para a confirmação do abuso.
O corpo de Luana Marcelo foi velado e sepultado nesta sexta-feira. Ambas as cerimônias contaram com diversas homenagens de familiares, amigos e até grupos de cavalaria. Ela foi velada na Igreja Batista Madre Germana, no Setor Madre Germana 2, e enterrada no Cemitério Municipal Jardim da Saudade.
Crime contra Luana Marcelo
A menina de 12 anos desapareceu no domingo, após ir a uma padaria localizada a cerca de 400 metros da casa dela. A diarista Jheiny Hellen, de 31 anos, contou que a filha foi ao estabelecimento com R$ 10. Segundo a mãe, Luana nunca saiu de casa sem avisar e não passava por problemas pessoais ou de saúde.
Vídeos de câmeras de segurança mostram parte do percurso realizado pela menina na ida e na volta do estabelecimento.
A Polícia Civil iniciou a investigação na segunda-feira (28) e o suspeito do caso foi ouvido na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O carro dele foi enviado para o Instituto de Criminalística, na capital, para ser periciado.
Reidimar disse à Polícia Civil que matou a adolescente enforcada e colocou fogo no corpo antes de enterrar a vítima. Um exame de DNA confirmou que o corpo enterrado no local era de Luana.
À polícia, Reidimar ainda contou que utilizou parte de um freezer e de um guarda-roupa para queimar o corpo da menina.
O homem ainda jogou cimento por cima da cova, o que dificultou a descoberta. Ele teria convencido a menina a entrar no carro dele dizendo que devia dinheiro aos pais dela e iria fazer o pagamento. Ao ser preso em sua residência, ele também confessou ter tentado estuprar a menina antes de matá-la e disse não haver motivação para o crime.
Um vídeo registrado pela polícia mostra o momento em que Reidimar confessou os crimes à corporação. Já em depoimento na delegacia, ele afirmou ter abusado de Luana após a morte dela.
Reidimar foi preso em flagrante pela ocultação do cadáver e teve a prisão convertida em preventiva na quarta-feira (30). Ao g1, a Defensoria Pública de Goiás explicou que realizou a audiência de custódia do acusado, pois ele ainda não constituiu defesa.
Segundo a polícia, a casa onde Luana foi encontrada havia alugado esse barracão apenas quatro dias antes do crime, na sexta-feira (25), e que o local ainda não tinha energia elétrica. Na terça-feira, foi realizada uma perícia com luminol para ver se existia vestígio de sangue no local. A partir do exame, foi possível detectar a presença de sangue e sêmen no local.
No entanto, mesmo com o luminol tendo indicado a presença de sangue e do sêmen, os materiais foram encaminhados para o laboratório de biologia forense para que seja possível confirmar o que foi indicado. Segundo a polícia, o laboratório também poderá confirmar a quem pertence os materiais, sendo que o sangue pode ser de um animal, da vítima, do suspeito, ou até de outras pessoas.
Além do crime cometido contra Luana, a delegada que investiga o caso não descarta que o homem tenha cometido crimes contra outras vítimas. Reidimar, que já foi preso pelos crimes de roubo e estupro, agora deve responder por tentativa de estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele segue preso na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) já ouviu o depoimento dos pais da vítima e os familiares e vizinhos do suspeito. Nesta quarta-feira, foram ouvidos o dono do imóvel alugado por Reidimar, em que o corpo de Luana foi encontrado, e a dona de uma Lan-House, que forneceu as imagens das câmeras do estabelecimento.
O corpo de Luana ainda estava no Instituto Médico Legal (IML) até às 16h desta quarta-feira, segundo o órgão. Segundo a Polícia Científica, há dez peritos trabalhando no caso. A Polícia Civil aguarda os laudos para concluir a investigação da morte de Luana.