O empresário Maurício Borges Sampaio se entregou à Polícia Civil no início da tarde desta quinta-feira (20) na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Cidade Jardim, em Goiânia. A informação foi confirmada pelo advogado de Sampaio. Ele foi condenado como mandante do assassinato do radialista Valério Luiz de Oliveira, ocorrido em 2012.
O mandado de prisão já era esperado desde maio, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a validade do júri que condenou Sampaio a 16 anos de prisão.
Na última sexta-feira (14), o mandado de prisão foi expedido, mas a defesa de Sampaio alegou que ele estava em viagem e que deve se apresentar na quinta-feira (20). Com isso, o empresário foi considerado foragido.
À reportagem, o advogado e filho do radialista, Valério Luiz Filho afirmou que a prisão é desfecho de “uma longa história de luta”.
"Você não pode simplesmente tirar a vida de uma pessoa daquela forma, no meio da rua, e achar que você vai sair impune. Acredito que essa luta pode servir de exemplo para outras vítimas de violência. Maurício Sampaio cumprindo a sua pena é uma contribuição que deixamos para a história do nosso Estado", declarou.
No documento protocolado que afirmou que Sampaio se apresentaria quando retornar de viagem, o advogado Ricardo Silva Naves, defesa de Sampaio, explicou que o empresário teve “problemas” a serem resolvidos em relação a uma fazenda, que seria em Mato Grosso. Segundo o Ricardo Naves, ele estava no local desde o início do mês e nega que tenha fugido.
Na última sexta-feira (14), foi preso o policial militar da reserva Ademá Figueiredo Aguiar Filho, condenado após ser apontado como autor dos disparos.
Morte
O radialista Valério Luiz foi morto em julho de 2012 enquanto saía da rádio onde trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. O crime foi motivado por críticas que ele fez à diretoria do Atlético Clube Goianiense, da qual Maurício fazia parte.
Além de Maurício e de Ademá, responsável pelos seis tiros que mataram o radialista, também foram condenados o empresário Urbano de Carvalho Malta e o comerciante Marcus Vinícius Pereira Xavier. A pena deles é de 14 anos de prisão cada, e eles continuam soltos até o trânsito em julgado.
Dois dias depois da prisão em 2022, eles foram soltos em razão de um habeas corpus (HC) acatado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou o habeas corpus após manifestação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).
Após ser revogado, no dia 13 de maio, o habeas corpus foi apreciado na 1ª Câmara Criminal e foi novamente negado. O Daqui mostrou nesta quinta-feira (13) que o mandado de prisão ainda estava valendo, faltando apenas um despacho do juiz Lourival Machado da Costa, da 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos contra a Vida do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).