Construção que remete aos primórdios da capital, o Castelinho do Lago das Rosas recebeu uma revitalização e será um espaço dedicado a eventos culturais. A Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia (Secult) informa que publicará um edital na próxima semana, para artistas que quiserem inscrever seus projetos e realizar atividades no local.
A proposta é que a estrutura se torne um espaço cultural, destacando a cultura alternativa como arte urbana e hip hop, podendo ser utilizado para ações diversas. “Vamos fazer com que esse movimento ocorra de forma ordenada porque é um local importante e pitoresco que faz parte do patrimônio cultural de Goiânia”, diz o secretário municipal de Cultura, Zander Fábio.
Construído no final dos anos 1950, o Castelinho é considerado parte da história de Goiânia, principalmente por ter sido ponto de encontro da juventude para realizar atos políticos e manifestações culturais. Está localizado no Lago das Rosas, o parque mais antigo da capital, no Setor Oeste.
O prédio foi a sede da União Goiana de Estudantes Secundaristas (Uges) de 1959 até 1964, quando a entidade acabou dissolvida por conta do golpe militar. O poder público retomou o imóvel quatro anos depois, mas ele voltou para a Uges em 1993. No início dos anos 2000 um bar funcionou no local. Sem condições de fazer a manutenção e a vigilância, a entidade abandonou o local, que foi invadido por pessoas em situação de rua.
Em 2010, os estudantes voltaram a ocupar o Castelinho, porém a Prefeitura conseguiu manter o prédio sob seu domínio devido a uma reforma do espaço, feita em parceria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Novamente abandonada, a estrutura estava em um estado degradante, alvo de reclamações de moradores do entorno e frequentadores do parque.
Por estar localizado dentro de uma unidade de conservação, o monumento é de domínio da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), que foi a responsável pela revitalização. “Esse espaço histórico frequentemente é alvo de pichações e depredações, e precisa ser ocupado e resgatado pelo poder público, além de ser utilizado pela população que frequenta a unidade de conservação”, afirmou o presidente da Amma, Luan Alves.
Agora, a promessa da Prefeitura é que o Castelinho volte a ser a ser utilizado pela comunidade. Atualmente o local passa por pintura e reestruturação dos banheiros, que ganharam grades em suas janelas e portas reforçadas para evitar futuros danos. Os próximos passos, de acordo com Zander, é o chamamento de arte urbana está programado para a próxima semana. A Secult deverá oferecer um termo de seção da cultura para ser utilizado nas contrapartidas de lei de incentivo. Os artistas poderão inscrever seus projetos nos editais, que serão publicados para realizar atividades culturais no espaço.
“O monumento tem um apelo cultural muito grande e a população sempre nos cobrou um local onde os artistas pudessem usar para fazer ensaios de peças de teatro, ensaios de dança e algo nesse sentido. Além da reforma dos banheiros, estamos vendo a possibilidade de colocar lá dentro uma lanchonete”, adianta o secretário.