Pela primeira vez em quase 200 anos, a expectativa de uma tempestade de meteoros vista da Terra, na madrugada desta terça-feira (31), movimentou a internet. O evento, no entanto, foi mais tímido do que o esperado – pelo menos a olho nu -, segundo os especialistas.
De acordo com o diretor do Clube de Astronomia Plêiades do Sul, Ary Martins, o fenômeno desta madrugada ainda é uma incógnita. Ainda são necessárias maiores análises de algumas estações, principalmente pela Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), para saber se houve, de fato, uma tempestade ou uma ocorrência normal e esporádica”, explicou.
Diversos observatórios haviam anunciado que o surto de meteoros da Tau Herculídeas poderia se tornar a maior tempestade de meteoros das últimas décadas. Em todo o mundo, astrônomos, pesquisadores e entusiastas se programaram para acompanhar esse fenômeno que prometia ser um dos mais fantásticos espetáculos celestes de 2022.
Tempestade de Meteoros
Segundo a Bramon, tempestade de meteoros é uma chuva de meteoros incomum, que apresenta um surto tão intenso, que é capaz de produzir milhares de meteoros por hora. “Estudos modernos mostram que as tempestades de meteoros são geralmente provocadas por densas nuvens de partículas ejetadas durante uma fragmentação de um cometa ou asteroide. Com o tempo essa nuvem se dispersa na órbita do corpo parental formando as chuvas de meteoros anuais. Então, quanto mais recente for a fragmentação do cometa ou asteroide, mais densa será a nuvem, e mais intensa será a tempestade de meteoros gerada por ela”.
A chuva de meteoros desta madrugada é resultado da fragmentação do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 (SW3). Os meteoros são pequenos corpos celestes que se deslocam no espaço e entram na atmosfera da Terra, queimando parcial ou totalmente devido ao contato com o oxigênio. Este fenômeno deixa um risco luminoso no céu, que é popularmente chamado de “estrela cadente”.