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Com chuva, matagal avança em Goiânia

Wildes Barbosa
Mato cresce saudável na Praça Sopotimista, vizinha a hospital

Basta dar uma volta por Goiânia para verificar que matagal está tomando conta de canteiros centrais e praças da capital. Moradores dos arredores desses locais se preocupam com o risco de acidentes e o avanço de doenças. A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) afirma que está com uma força-tarefa composta por mais de 300 pessoas executando serviços de roçagem em todas as regiões da cidade.

Quem passa pela Marginal Botafogo, na altura da Avenida 2ª Radial, na Vila Redenção, tem dificuldade de enxergar os veículos que estão na pista que tem sentido contrário. A altura do matagal na região atrapalha a visualização. Na Praça Sopotimista, no Jardim América, bem em frente a um movimentado hospital da capital, é quase impossível fazer o uso de um dos bancos da praça. O motivo lembra o cenário da Marginal: o matagal já o encobriu.

O matagal sem roçagem também impede que crianças acessem com tranquilidade os brinquedos da Praça C-144, também no Jardim América. O matagal alto cerca a área onde ficam brinquedos como o escorregador. Situação semelhante foi verificada na praça que fica entre as avenidas Itália, Londres e Inglaterra, no Jardim Europa.

O aposentado Sérgio dos Santos, de 61 anos, mora na região do Jardim Europa há mais de 50 anos e conta que o matagal representa um risco para as pessoas que circulam pelo local, especialmente crianças. A praça conta com um campo de futebol e, segundo ele, muitas pessoas vão até lá para assistir aos jogos e acabam deixando latas de alumínio e garrafas de vidro espalhadas pelo chão. A presença dos objetos fica quase imperceptível por conta da altura do matagal. “É um perigo alguém se machucar”, diz.

Sérgio ainda teme que a combinação de chuvas recorrentes com o matagal alto permeado por lixo faça com que o local vire um foco de reprodução do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue. De acordo com o Painel da Dengue da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Goiânia teve 472 notificações de casos em 2024. O número é 74% menor do que o registrado no mesmo período de 2023. Entretanto, o Ministério da Saúde projeta o aumento de casos de dengue neste ano, principalmente na região Centro-Oeste.

A presença do mato alto tem afetado a própria Prefeitura. Nesta quarta-feira (17), uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que estava promovendo a testagem contra a Covid-19 na Praça do Comerciário, no Setor Faiçalville, teve que montar a tenda em meio ao matagal. Pedestres passeavam com os animais pelo local desviando das moitas.

Comurg

O Daqui conversou com um servidor da Comurg que atua no serviço de roçagem e preferiu não se identificar. Ele relata que durante dezembro de 2023, cerca de um mês e meio depois do ápice da crise do lixo na capital no ano passado, ele foi temporariamente cedido da roçagem para o serviço de coleta. “Vez ou outra isso acontece. Eles não avisam, mas também nunca deslocam a equipe inteira, apenas alguns”, comenta.

Em nota, a Comurg informou que as equipes da companhia “seguem um cronograma para beneficiar todos os 700 bairros da capital” e que, por mês, são mais de 4 milhões de metros quadrados (m²) roçados. Por dia, a média é de 45 setores contemplados com equipes munidas de roçadeiras costais, trator mecanizado ou foice para o corte manual nos locais irregulares e de difícil acesso.

“Desde o período que intensificou as chuvas, um plano estratégico de atuação está em andamento. Nossos trabalhadores operam com agilidade para cortar o mato ou grama pela raiz nas praças, canteiros, rotatórias, lotes baldios, dentre outros logradouros públicos. A roçagem também abrange os leitos e margens dos córregos da capital”, comunica trecho de nota enviada pela Comurg.

A companhia destacou ainda que todo o efetivo que se dedica aos serviços de roçagem está sendo utilizado na força-tarefa atual. Em relação a execução da atividade em lotes particulares, a Comurg salientou que “a manutenção e conservação é de responsabilidade do proprietário, porém, o poder público municipal realiza a limpeza, após notificação da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), para reduzir os danos causados pelo mato alto”.

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