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Confira os discos de carne mais famosos de Goiás

Diomício Gomes
Disco do Dom Circus Bar, um dos botecos mais tradicionais do Setor Coimbra

Ele está em todo lugar: de restaurantes da capital a botecos do interior, passando por lanchonetes, padarias e bares mais emperiquitados, o disco de carne é, com toda a certeza, uma das pedidas mais saborosas e populares entre os goianos. De Norte a Sul do Estado, o tira-gosto é servido geralmente acompanhado de uma pimenta ardida, Coca-Cola com gelo e limão ou uma cervejinha gelada. E aí, vai um disquinho?

Não há uma única receita, mas o jornal foi atrás de alguns dos discos mais famosos de Goiás para saber o segredo do sucesso. Existem ingredientes que unem a feitura de um saboroso disco, como o pão geralmente amanhecido e a farinha de rosca ou de mandioca própria para empanar. A personalidade está no tempero e varia de lugar para lugar, mas há unanimidade entre as cozinhas: goiano mesmo gosta de fartura no recheio, sempre com muita mussarela derretida.

“Na primeira mordida, o que todo mundo quer é que o queijo saia derretendo na boca”, conta dona Marlene Mendes, que toma conta há mais de 30 anos do Dom Circus Bar, um dos botecos mais tradicionais do Setor Coimbra. O segredo do famoso disco está, de acordo com a proprietária, no tempero, que une pimenta, cheiro-verde, cebola e uma carne geralmente mais magra, para não encharcar o salgado na hora da fritura. “Temos uma clientela fixa com pessoas que vêm de diversos bairros de Goiânia só para comer o disco e bater um papo com os amigos”, completa a cozinheira.

Em qualquer parte do País é possível encontrar o disco, mas há quem diga que o tempero especial e a crocância única é apenas em Goiás. Não por menos que a dona Lourdes Salomão incorporou há mais de 40 anos no cardápio do Restaurante Popular, localizado na Rua 74, no Centro, o disco entre as iguarias oferecidas no buffet diário de um dos pontos mais tradicionais da culinária goianiense.

“Tem gente que vem ao restaurante só para comer o disco. Eu sempre digo que não há segredo na hora do preparo, é sempre a mesma receita junto com o capricho”, diz dona Lourdes. É na própria cozinha do Restaurante Popular que se cria o tempero, junção de alho, cebola e pimenta-de-cheiro. No preparo da carne, a dica é misturar o patinho moído com carne de porco, geralmente o pernil dianteiro. “É 1kg de carne bovina para 200g de pernil. Dessa forma, o disco fica suculento e com o gostinho irresistível”, revela a proprietária.

Por lá, os cozinheiros do Restaurante Popular chegam a preparar cerca de 600 empanados por dia. “Os clientes chegam aqui e colocam sete, oito discos no prato e comem de uma só vez. Com certeza é uma das nossas estrelas do cardápio. Em dias de pouco movimento, chegamos a gastar mais de 10kg de carne só para o preparo do disco”, comenta dona Lourdes.

Interior

Nas cidades do interior, o disquinho ganha ainda mais a cara do goiano. É o caso, por exemplo, do Nosso Bar do Lázaro, em Alexânia, a 118 km de Goiânia, que serve o tradicional pão de queijo recheado com disco de carne. A parada é quase obrigatória para quem está vindo ou voltando de Brasília (DF). “Chamamos a invenção de Mac Goiano porque são duas paixões unidas. Saem em média 800 discos por dia. O bar já vai fazer 65 anos, são pais, filhos e netos que param para comer a iguaria”, revela o proprietário Edval Monteiro.

Tradição mesmo é o disco de carne do Bar do Luiz, localizado no Mercado Municipal da cidade de Goiás. O empanado é tão famoso que chegou a ganhar o concurso do Comida di Buteco na edição realizada na antiga capital. “Aproveitar o visual da antiga Vila Boa, beber uma cervejinha gelada e comer um disco frito na hora é o nosso diferencial”, comenta o proprietário Luiz Carlos dos Santos.

O Bar do Luiz acompanhou as transformações que o antigo mercado passou após a revitalização, em 2016. Antes das mudanças, o boteco ficava dentro da rodoviária velha, que foi reformada para receber bares e restaurantes. “O disco é o nosso carro-chefe. Temos muitos clientes de Goiás, mas também de pessoas que vão para Aruanã e decidem parar aqui para comer o disquinho”, diz Luiz.

Quem também ostenta a fama de disco gostoso é a lanchonete Porta Aberta, em Itauçu, a 89 km da capital. Entre os salgados que saem diariamente do local, os de maior sucesso são a torta de sardinha e o disco de carne. “O segredo está na carne, que tem de ser magra, e no recheio, que colocamos mussarela e tomate para dar aquele gostinho de comida caseira. É sucesso absoluto”, comemora a proprietária, Renata Lopes Viana.

Gostinho de diversidade

Nem só de carne bovina é feito o disco goiano. Outros ingredientes ajudam a diversificar o gostinho do empanado, como os famosos discos de peixe e de pernil servidos no Bar Marronzinho, localizado no Setor Sudoeste. “O bovino terá sempre o seu lugar especial no paladar dos goianos, mas por aqui a pedida mais frequente é o de peixe, geralmente de dourada. As pessoas chegam, sentam e já pedem a unidade. É a principal entrada e combina bem com a cerveja gelada no happy hour ou nos almoços de final de semana”, completa o gerente do local, Wander dos Reis

Divulgação
Disco com pão de queijo, o Mac Goiano do Nosso Bar do Lázaro
Fábio Lima
Disco de carne do Bar do Luiz, localizado no Mercado Municipal da cidade de Goiás, é conhecido
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