A expectativa de finalizar o trecho 2 do corredor exclusivo de transporte coletivo, BRT Norte-Sul, em Goiânia no fim deste mês não será concretizada. A reportagem apurou que o consórcio responsável pelas obras negocia com o Paço Municipal um novo adiamento da entrega do serviço, que estava previsto para o próximo dia 30. A pedida é que as obras continuem até outubro deste ano, aumentando o andamento em mais quatro meses, sob a justificativa de problemas no caixa. As obras começaram em abril de 2015 com a previsão inicial de serem finalizadas em dezembro de 2016.
Desde o começo deste ano, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e o secretário municipal de Infraestrutura, Denes Pereira, têm se reunido constantemente com o consórcio contratado para fazer o BRT Norte-Sul. Os encontros foram para cobrar o cumprimento do prazo de entrega do corredor no fim deste mês de junho, o que foi acordado no fim de 2022. Em fevereiro passado, as empresas chegaram a relatar ao Paço que teriam um prejuízo financeiro para terminar os pontos que restam da obra, que são, praticamente, a Avenida Goiás e a Praça Cívica, além das estações de embarque e desembarque.
O pedido de adiamento da entrega da obra para outubro também contou com essa mesma alegação e o consórcio teria pedido também mais recursos para o BRT Norte-Sul. Em fevereiro, a estimativa do consórcio era que as obras no local dependiam de um investimento de cerca de R$ 21 milhões, enquanto que o saldo a receber era de R$ 17.200.468,30 na época. Isso, no entanto, não significa dizer que as empresas vão ter um prejuízo global com o construção, visto que em outros pontos ou serviços houve lucro.
No entanto, o Paço não pretende, até então, ceder mais recursos para o consórcio. Segundo apurou a reportagem, foi pedido aos responsáveis que justificassem o pedido de adiamento de forma mais ampla e técnica, com os motivos que levaram ao não cumprimento do acordo feito em 2022. Existe também a questão do desgaste político, visto que o prefeito tratou pessoalmente de garantir com o consórcio o cumprimento do prazo. Oficialmente, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) afirma que as reuniões têm ocorrido de forma frequente e todas no intuito de entregar o corredor pronto ainda no fim deste mês.
Utilização
Porém, ocorre no momento uma negociação entre as partes sobre o que será possível ser finalizado. A intenção é que a promessa da Prefeitura de inaugurar o uso do corredor no fim de julho seja cumprida. Para isso, a operação do BRT Norte-Sul ocorreria sem as plataformas de embarque e desembarque na região central da capital, sobretudo na Avenida Goiás e na Praça Cívica. Como os ônibus que serão utilizados possuem portas dos dois lados, sendo uma delas rebaixada, essa seria a alternativa. Com isso, a entrada e saída dos passageiros seria na parte interna da Praça Cívica, como na frente do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, por exemplo.
A Seinfra tenta, assim, garantir que o consórcio finalize os terminais e as estações já estruturadas ao longo do corredor, além das calçadas na Avenida Goiás, que é um pedido dos comerciantes locais, ainda neste mês. As construtoras também argumentam que a extensão do prazo é necessária para a finalização de serviços e até mesmo de resserviços, ou seja, aqueles trabalhos que são necessários após a obra devido a algum problema ou desgaste, como também para algum ajuste e a medição final.
Quem passa pela região central de Goiânia verifica que as estações sequer foram estruturadas na Praça Cívica e na Avenida Goiás, embora há locais com o alicerce pronto para receber as estruturas pré-moldadas, no caso da praça. Mesmo neste caso, é necessária a construção dos acessos, a cobertura e as instalações elétricas e hidráulicas. Na Goiás, as estruturas possuem modelo diferente e elas devem ser construídas no próprio local. Há cerca de um mês, a reportagem percorreu o corredor e verificou que outros pontos ainda estavam sem a finalização, como a calçada em frente ao Terminal Perimetral, e outros que já apresentavam defeitos.