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Corpo de bebê que morreu após injeção com dipirona é retirado durante velório para exames no IML

Reprodução
Família de Ayslla Helena Souza Lopes, de 5 meses, denuncia que a bebê morreu após receber atendimento médico

O velório de Ayslla Helena Souza Lopes, de 5 meses, foi interrompido na manhã desta terça-feira (8), para que o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia recolhesse o corpo da bebê e encaminhasse para a realização de um exame cadavérico. A família denuncia que a bebê morreu após receber uma injeção intramuscular na última sexta-feira (4), na Unidade de Pronto Atendimento Dilson Alberto Souza, a UPA do Setor Cristina, em Trindade.

O velório da bebê começou na madrugada desta terça-feira (8), por volta das 4 horas da manhã. A família, que é de Porangatu e tinha ido a Trindade para que os avós conhecessem Ayslla, decidiu que o corpo da bebê seria velado e enterrado em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. 

À reportagem, Cássia Borges, delegada à frente do caso, explicou a importância da realização do exame nesta terça-feira (8). “Com esse exame a gente objetiva saber a causa da morte, o modo que a morte ocorreu e se teve alguma relação com a forma com que remédio que foi administrado ou com o tipo de remédio administrado. É a prova que a gente tem pra poder verificar se há ou não algum tipo de responsabilidade criminal e era  indispensável que [o exame] fosse feito o quanto antes”, afirmou.

Após ser liberado pelo IML, o corpo voltará para Trindade, para que o velório seja concluído e o enterro seja realizado. 

De acordo com a delegada, a Polícia Civil já fez algumas requisições para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Trindade, como o prontuário médico integral e a lista de todos os funcionários que estavam trabalhando na UPA nos dias em que Ayslla esteve no local. “Todo mundo será ouvido”, afirmou a delegada.

Entenda o caso 

A família de Ayslla Helena Souza Lopes, de 5 meses, denuncia que a bebê morreu após receber atendimento médico na última sexta-feira (4). O caso aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento Dilson Alberto Souza, a UPA do Setor Cristina, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo os pais, as complicações começaram após a injeção, e a bebê voltou outras duas vezes à UPA, onde acabou morrendo na segunda-feira (7).

De acordo com o boletim médico, as causas da morte apontadas foram insuficiência respiratória e choque séptico, e, conforme o documento, a injeção aplicada na bebê contribuiu para a morte dela.

Em nota, a Prefeitura de Trindade afirmou que a equipe envolvida no caso já foi afastada de suas atribuições e que instaurou uma sindicância para verificar se houve equívoco na assistência prestada à paciente em relação às prescrições e modo de administração de medicamentos. “Todas as investigações necessárias serão realizadas para elucidar a causa da morte”, diz um trecho do comunicado.

Outro trecho afirma que a Prefeitura presta total apoio à família por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social. “Foram disponibilizadas profissionais de assistência social para atender as necessidades dos pais e serviço funerário”, afirma.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goias (Cremego) afirmou que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás são apuradas e tramitam em sigilo.

Por não ter tido o nome divulgado, a reportagem não localizou a defesa da enfermeira responsável pela aplicação da injeção em Ayslla Helena Souza Lopes até a última atualização desta reportagem.

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