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Corpo de Bombeiros monitora onça vista em Senador Canedo

Reprodução
Onça é flagrada ao caminhar nas proximidades de condomínio

O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM) monitora uma onça parda vista no último domingo (7) passeando na área externa de um condomínio residencial, em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. A informação é da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) do município, que foi acionada por moradores que fizeram registro do animal.

Em entrevista, o capitão Basílio do Corpo de Bombeiros informou que o trabalho de acompanhamento, feito junto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), pretende entender quais são as condições em que o animal foi encontrado.

“Verificamos que é um local próximo à mata, fazendas, rios, então, é um ambiente propício para a onça. Provavelmente ela deve estar de passagem. Até o momento, não há relatos de predação de animais caseiros na região”, relatou.

Bióloga da Amma de Senador Canedo, Virgínia dos Santos Macedo afirma que é a primeira vez que o felino aparece na cidade. “Tudo indica que é uma onça parda. A região onde ela foi vista é de mata. A onça é um animal solitário e noturno, quando ele se aproxima da cidade é porque o habitat dele está sendo reduzido pela aproximação de áreas urbanas. Ela pode estar em busca de alimento”, afirma.

A bióloga ainda diz que a população não precisa ficar com medo e faz alguns alertas. “A onça não apresenta risco à população. Ela não ataca seres humanos, porque não somos presas. Só ataca se sentir ameaçada. A recomendação que a gente dá como órgão ambiental, é que quando for o animal for avistado mantenha-se distante e em contato visual com o animal. Vai se afastando sem correr e sem alarde. Tente contatar o Corpo de Bombeiros”, orienta.

Virgínia alerta que este tipo de situação será cada vez mais comum, visto que a cidade está se aproximando do ambiente que as onças vivem. Ela ainda orienta para que os moradores da região coloquem os animais domésticos em local fechado e iluminado, próximo da residência, porque o felino pode estar em busca de alimento.

A bióloga da Amma lembra que matar animais silvestres é crime ambiental e que a pena para este tipo de delito é de seis meses a um ano, além de multa, conforme artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998) - sobre matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota de migração, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.

Em nota, a Prefeitura de Senador Canedo, por meio da Amma, afirmou que o caso está sendo monitorado, e há orientação para que ninguém se aproxime do animal, caso ele seja avistado novamente.

A Amma de Senador Canedo também informa que medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança do animal e também de moradores.

Mendanha

Esta não é a primeira vez que uma onça chama a atenção de moradores da Região Metropolitana de Goiânia. No início de 2017, uma onça-pintada foi avistada no Morro do Mendanha. O proprietário de uma chácara na região denunciou o caso e um trabalho de buscas pelo animal, que está ameaçado de extinção, foi iniciado.

Inicialmente, um trabalhador da chácara localizou a carcaça de um bezerro. Meses depois, um segundo bezerro sumiu. Depois de avistar outra carcaça de um bovino e pegadas, suspeitou do mamífero carnívoro.

A confirmação de que se tratava de uma onça-pintada circulando pela Região Oeste de Goiânia veio após técnicos confirmarem a natureza de pegadas e flagrarem, por meio de armadilhas de vídeo, o felino.

O aparecimento do animal em risco de extinção deixou os moradores e trabalhadores da região preocupados à época.

Os trabalhos de busca à onça envolveram o Ibama, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e o Instituto Onça-Pintada (IOP). Cães farejadores treinados para este tipo de procura atuaram no caso.

A captura da onça-pintada, que ficou popularmente conhecida como ‘onça do Mendanha’, só ocorreu no fim do ano. Ela foi solta em dezembro daquele ano, conforme informações do Ibama, para uma área de preservação permanente do Vale do Araguaia, no Norte do estado. O local específico de soltura do felino não foi divulgado por questões de segurança. Antes do deslocamento, ela ficou no Zoológico de Goiânia.

Em abril de 2018, técnicos do IOP, que monitoravam o felino, afirmaram que a onça já havia se movimentado no mínimo 500 km, se aproximando da capital novamente.

Em 2016, outro felino foi notícia na RMG. Uma onça branca teria sido avistada por uma família na Área de Proteção Ambiental (APA) do João Leite. Uma família registrou o que seria o animal circulando pela região.

Especialistas ouvidos à época do caso afirmaram que, por meio dos registros de vídeo apresentados, o animal não apresentava características de uma onça. A filmagem foi feita a uma distância grande, o que tornou a resolução ruim. (Joyce Vilela Merhi é estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás)

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