O corpo encontrado dentro de um carro em uma mata em Trindade nesta segunda-feira (22) foi confirmado como sendo da pedagoga Fábia Cristina Santos, de 43 anos, desaparecida desde o dia nove de março. A confirmação ocorreu por meio de um exame da arcada dentária do corpo, informação passada pela advogada da família de Fábia, Rosemere Oliveira. A pedagoga e o marido, o caminhoneiro conhecido como Wander José de Jesus, não foram mais vistos desde que seguiram viagem para missa de 7º dia do pai da mulher.
Na tarde de segunda-feira (22), um tratorista encontrou o veículo do casal abandonado na mata e dentro dele estava o corpo da vítima em avançado estado de decomposição, o que não permitiu confirmar a identidade de imediato.
A última imagem do carro havia sido registrada por um radar, no dia do desaparecimento, quando ele foi flagrando em alta velocidade na GO-469, em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. A multa registrada apontou que o carro ultrapassou 50% da velocidade permitida.
O marido, que continua desaparecido, é considerado foragido e o principal suspeito do crime pela Polícia Civil (PC). Por ainda não ter sido encontrado, o jornal não conseguiu contato com a defesa do suspeito.
Histórico de violência
A advogada da família, Rosemere Oliveira, informou que esse flagrante do veículo ocorreu minutos antes de Fábia mandar mensagem para familiares pela última vez. Ela mandou um áudio para a nora e para o filho pedindo ajuda.
Oliveira também informou que ao acessar o computador da pedagoga descobriu que ela era vítima de violência doméstica e mantinha fotos de agressões que teriam sido cometidas pelo marido guardadas. Em uma das imagens ela aparece com sinais de enforcamento que eram resultado de uma tentativa de homicídio praticada pelo companheiro, conforme a advogada.
"Tive acesso ao computador dela. No e-mail, ela juntava várias fotografias, inclusive com imagens bem fortes onde ela foi vítima de uma tentativa de homicídio", contou Oliveira.
De acordo com a PC, o marido de Fábia é considerado foragido também por dois assassinatos em Quirinópolis, ocorridos em 1996. Os investigadores também revelaram que ele usa um nome falso desde que passou a ser procurado pelos homicídios. O suspeito, na verdade, se chama Douglas José de Jesus. Wander José de Jesus é o nome do irmão dele.
Trajetória do casal
A pedagoga foi vista pela última vez nas imagens das câmeras de segurança de um posto de combustíveis próximo ao Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), em Goiânia. Ela e o marido deixaram o local, após abastecerem o carro, às 13h54.
Algum tempo depois do abastecimento, o carro foi flagrado em alta velocidade, e a pedagoga mandou o pedido de ajuda aos familiares.
Policiais de outros estados foram mobilizados nas buscas pelo casal e a PC disponibilizou os números Disque 197 e o telefone (62) 32462-4324 para informações sobre os desaparecidos.
O caso está com a Delegacia Regional de Trindade, onde a delegada Carla de Bem revelará detalhes sobre a investigação na terça-feira (23).