Geral

Crise do lixo é conhecida desde começo de setembro em Goiânia

Wildes Barbosa
Coleta de lixo na Rua 90: Prefeitura anunciou força-tarefa para conseguir recolher rejeitos acumulados

O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) foi avisado no começo do mês de setembro que o problema dos caminhões compactadores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) resultaria em incapacidade da empresa em realizar o serviço de coleta de resíduos sólidos de toda a cidade. De uma frota total de 46 veículos, sendo 37 com capacidade de 15 metros cúbicos (m³) e outros 9 de 19 m³, neste período, a Comurg chegou a ter disponível para a operação 20 caminhões para atender toda a cidade com mais de 800 bairros. Para se ter uma ideia, em 2014, com cerca de 640 bairros, a cidade entrou em crise quando apenas 17 dos 46 carros ficaram disponíveis.

À época, a Prefeitura adquiriu 40 novos caminhões compactadores, em que muitos (17) estão sendo utilizados até hoje em dia, o que provoca as constantes quebras e necessidades de manutenção. Outra parte da frota atual, 29 veículos, foi adquirida em 2020, quando a aquisição total correspondeu a 49 caminhões na época. Rogério Cruz, em sua participação no CBN Talk em comemoração ao aniversário de 90 anos de Goiânia, revelou que nesta quarta-feira (18) 33 caminhões começaram a operação e outros sete foram usados a partir das 10 horas. A promessa é que até domingo (22) a coleta de resíduos sólidos da capital esteja em dia.

“Desde o início de setembro tínhamos esse alerta. E nós fizemos de tudo da parte da Prefeitura, através do contrato, para fazer o repasse e as medições pagas. Esses processos não pertencem à Prefeitura. É a Comurg quem tem sua própria finança, oficina, controle interno. É uma empresa, e tem todo seu corpo jurídico, seu corpo técnico. O que a Prefeitura tem que fazer é apenas cobrar isso”, afirmou o prefeito. Ele conta que, desde então, está trabalhando tecnicamente com a oficina da Comurg, dando as condições para a empresa trazer as novas peças dos caminhões, mas ressalta que nada foi pago além do serviço realizado.

O secretário municipal de Infraestrutura Urbana, Denes Pereira, ressaltou que a atual gestão municipal se ateve, desde o começo, a honrar o contrato com a empresa, sem conceder nenhuma “mesada” à companhia sem que o serviço contratado fosse exercido. Para ele, o fato de pagar apenas o serviço que foi medido é uma forma de punição à Comurg, de modo que a própria possa gerir seus problemas. A companhia publicou nesta quarta-feira (18) o edital para a contratação de 30 caminhões compactadores de 15 m³ por aluguel, em acordo com validade de 60 meses.

A previsão é que sejam veículos novos, para serem entregues em até 30 dias a partir da ordem de serviço, mas com a possibilidade de receber caminhões com até 4 anos de vida útil em caso de impossibilidade de prazo para os carros zero km. A abertura das propostas está marcada para o dia 10 de novembro e não há um valor estimado para a contratação, que será do tipo menor preço. Rogério Cruz explicou que esta é a solução da Comurg para conter a crise na coleta seletiva, e funcionará enquanto o Paço segue com o seu processo licitatório para contratar outra empresa que fará o serviço de coleta e varrição em Goiânia.

Para ele, a solução final é a substituição da Comurg. “Sim, esse é o plano da Prefeitura. Como já havíamos observado isso, dado essa informação ao presidente da Comurg, ele mesmo disse que não estava em condições. Temos aí caminhões que toda hora quebram ou quebravam, caminhões que são antigos. Jamais vou pegar um investimento da Prefeitura, e nem posso, e colocar na Comurg para comprar caminhões. A própria Comurg precisa se manter, temos um contrato”, diz. A crise da coleta de 2014 se deu quando os caminhões da Comurg eram alugados e houve atraso no pagamento do contrato, o que fez com que a empresa retirasse os veículos de circulação.

À época, a solução pensada foi ter uma frota própria para a Comurg, o que impossibilitaria esses problemas, embora a companhia passasse a ficar responsável pela manutenção dos veículos. Para Rogério, a solução passa por terceirizar o serviço. Ele conta que a licitação deve ser publicada nos próximos 30 dias. Segundo o prefeito, o edital de licitação será de acordo com o manual técnico mostrado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) e o valor a ser pago será menor do que é feito com a Comurg para um serviço condizente com o necessário para a cidade.

Infraestrutura

Ainda durante o CBN Talk, Rogério falou sobre o andamento do Programa Goiânia Adiante, lançado há um ano e com previsão de investimentos na ordem de R$ 1,7 bilhão em obras estruturantes na cidade. Ele confirmou que os complexos viários planejados para compor o programa não serão realizados, como no cruzamento das ruas 115, 83, 243 e Avenida Fued José Sebba, na região do Cepal do Setor Sul. No entanto, o prefeito disse que o programa segue em andamento com o foco em obras que serão entregues ainda neste mandato, com prioridade para os serviços de drenagem, como do Bairro Feliz.

O secretário Denes Pereira informou que dos 99 pontos apontados como com risco de alagamentos ou enchentes, cerca de 70 já sofreram alguma intervenção do Paço Municipal. Lembrou ainda que a Prefeitura deverá finalizar a implantação da iluminação do tipo LED em todos os pontos luminosos da cidade até o final do atual mandato, o que também faz parte do Goiânia Adiante. Sobre o projeto Centraliza, de requalificação do Centro de Goiânia, foi confirmada a exposição do projeto no próximo dia 24, quando se comemora o aniversário da capital. Ele vai contar com mudanças estruturais e incentivos fiscais para a reocupação do Setor Central por empresas e moradores.

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