Na última quarta-feira (28) o ministro Celso de Mello, do STF, recebeu denúncia contra o Deputado Federal Tiririca (PR-SP) alegando que o parlamentar teria a assediado sexualmente uma ex-funcionária.
A denúncia foi feita em um processo trabalhista pela empregada doméstica e reafirmada à Polícia Civil do DF depois que a esposa de Tiririca prestou queixa de extorsão contra a vítima. Como se trata de um parlamentar envolvido no caso, com prerrogativa de foro, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o Metrópoles, consta na denúncia que Maria Lúcia Gonçalves Freitas de Lima trabalhava na casa de Tiririca e teria sofrido assédio em pelo menos duas ocasiões, em São Paulo e em Fortaleza, no ano passado.
A ex-funcionária relatou que em maio do ano passado, o casal e a filha viajaram para São Paulo, Tiririca, que estaria "exalando odor etílico", teria cometido o abuso.
"Francisco segurou a declarante pelo braço, jogou-a no sofá da sala e, segurando-a por trás e pela cintura, disse: ‘Vou comer seu cu, vou comer sua buceta’", contou Maria Lúcia.
O relato diz ainda que, em seguida, na presença da família, o Tiririca teria desabotoado a calça e, "com o pênis ereto", começado a correr atrás dela. Diante da situação, a filha, dois assessores do deputado e a mulher "riram do ocorrido".
Na mesma semana, segundo depoimento de Maria Lúcia à Polícia Civil do DF, ela foi com a família de Tiririca para Fortaleza, onde ficou cuidando da filha do casal durante oito dias. “A família fez festas todos os dias; que sempre que a declarante passava perto de Francisco ele dizia: ‘vou te comer’, passava a mão no cabelo da declarante e nas nádegas. Várias vezes Francisco dizia: ‘você vai gostar, meu pau tem a cabeça muito grande, se experimentar, vai gostar”, diz relato da ex-funcionária.
Maria Lúcia declarou que a esposa do parlamentar a procurou dizendo que o deputado federal fazia aquilo “porque gostava dela”. Segundo o depoimento, a demissão ocorreu assim que retornaram a Brasília.
Extorsão
Em maio deste ano, Naná da Silva Magalhães, esposa de Tiririca, registrou ocorrência sobre a suposta extorsão da ex-funcionária na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
Naná afirmou que a tentativa de extorsão teria acontecido em junho de 2016 em sua casa, um mês depois da data em que Maria Lúcia diz ter sido assediada. De acordo com seu relato, a ex-funcionária foi demitida pois “fazia uso de bebida alcoólica durante a jornada de trabalho", e, depois de receber a notícia, Maria Lúcia teria pedido R$ 100 mil ou iria “prejudicar a família”.
O advogado de Tiririca, ainda segundo o Metrópoles, afirma que Maria Lúcia tenta utilizar o estereótipo do “personagem” para atribuir ao parlamentar os mesmos comportamentos na vida pessoal e privada.
“Ao contrário, é uma pessoa centrada, pai dedicado, homem conhecedor da sua importância política e que representa o país, talvez, melhor que muitos médicos, advogados e promotores de Justiça eleitos”, frisou.