A Delegacia de Crimes de Trânsito (Dict) apura se houve uma falha mecânica no ônibus do Eixo Anhanguera que contribuiu na morte da estudante de enfermagem Leidiane Teixeira, de 28 anos, nesta quinta-feira (18), em Goiânia. A delegada responsável pelo caso, Maira Barcelos, detalha que a vítima caiu da porta do meio do veículo, próximo ao acesso dos cadeirantes.
De acordo com a investigadora, o motorista não abriu a porta e trafegava a 50 quilômetros por hora (Km/h) no momento em que a passageira caiu para fora do ônibus. “[Na perícia], vamos verificar o ângulo que o ônibus faz naquela curva e vamos analisar a porta do meio. Vamos focar na manutenção, investigar se tinha alguma falha mecânica na porta do meio”, afirmou Maíra.
O acidente ocorreu no início da tarde de quarta-feira (17) e a vítima veio a óbito por volta das 11h desta quinta-feira (18), após ficar internada no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo). A delegada detalha que assumiu o caso somente após a confirmação da morte da passageira e que, neste momento, solicitou que o veículo parasse de circular.
“Logo que nós tomamos conhecimento da morte da vítima, entramos em contato com a Metrobus e solicitamos que o veículo parasse para que fossem feitas as vistorias necessárias para esclarecer o acidente”, relatou. Maíra não soube informar se o veículo trafegou após o acidente, mas destacou que “em tese” ele poderia trafegar devido à falta de impedimentos legais.
Investigação
Até o momento, a delegada detalha que somente a vistoria foi iniciada. “Agora, nós já solicitamos as vistorias do veículo, vistoria que foi iniciado ontem à noite e deve terminar no domingo, no local do acidente”, afirmou. As suspeitas são de que a passageira, que estava com uma marmita nas mãos e com uma mochila nas costas, se desequilibrou e caiu sobre a porta.
“Provavelmente, a vítima perdeu o equilíbrio no momento em que o ônibus fez uma curva. Por isso, vamos levar o veículo até o local para ter certeza do ângulo e do peso do corpo da passageira. Pelas imagens fica claro que a porta estava fechada e que o corpo dela fez com que a porta abrisse. Além disso, aparentemente a vítima não estava segurando em nenhum apoio”, detalhou.
Maira também destaca que testemunhas serão ouvidas para apurar se a conduta do motorista pode ter contribuído para o acidente. “As testemunhas poderão dizer se naquela velocidade eles se sentiam frágeis e se isso gerava insegurança dentro do ônibus”, descreveu. Além disso, explica que a empresa responsável pela manutenção do veículo também poderá ser responsabilizada.
“Se durante as investigações ficar comprovada alguma falha na porta e que a Metrobus e a pessoa responsável tinham conhecimento e permitiu que o ônibus trafegasse sem reparar, ele será responsabilizado”, destacou. Por fim, a investigadora destaca que é necessário aguardar a conclusão dos laudos para identificar possíveis responsáveis pelo acidente.
Vítima
Leidiane Teixeira, de 28 anos, foi sepultada na noite desta quinta-feira (18) após uma cerimônia que contou com os dois filhos, de 8 e 11 anos, o marido, parentes e amigos. De acordo com o marido, Odair José, de 48 anos, a estudante de enfermagem sonhava em se formar e construir uma casa para a família. “Estamos buscando forças”, declarou Odair.
Posicionamento
Em nota, a Metrobus afirmou que lamenta a morte da passageira e informa que está prestando assistência desde o momento do acidente. Além disso, destacou que os veículos possuem sensores que impedem que os ônibus circulem de portas abertas, mas reforça que abriu um procedimento interno para apurar as causas do acidente. “Estamos averiguando as causas do acidente”, afirmaram.