A Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (SME) estuda transferir de 2 mil alunos, a partir de 4 anos, que estão matriculados em Centros Municipais de Educação (Cmeis) para escolas. Estes estabelecimentos recebem meninos e meninas com até 5 anos de idade.
A transição deve ser efetivada no início do próximo ano letivo. A gestão da pasta argumenta que esta é uma maneira de aumentar o aproveitamento de salas que hoje estão subutilizadas nas escolas.
“Nós acreditamos que serão geradas 4 mil novas vagas: 2 mil somente nos Cmeis, porque esta turma de 5 anos nós não iremos fechá-la pura e simplesmente. Nós iremos pegar esta turma de 5 anos, deslocar para a escola e abrir uma turma de 2 ou 3 anos, que são as demandas maiores que nós temos”, afirmou o titular da SME, Wellington Bessa, durante o CBN Talk, realizado na sede do Grupo Jaime Câmara (GJC).
Nas escolas, exceto as de tempo integral, o aluno permanece durante um turno, diferente do que ocorre nos Cmeis, onde o horário é geralmente das 7h às 17h. A redução na carga horária poderá receber reclamações de pais que dependem do período maior de permanência dos filhos para trabalhar.
“Nós sabemos da necessidade dos pais em ter a criança mais tempo na escola, por isto nós estamos investindo nas escolas de tempo integral. Agora, nós não podemos permitir que esta criança que já tenha a capacidade e já esteja madura para ser alfabetizada continue na creche sem ter esse acesso específico ao aprendizado”, argumenta o secretário.
O déficit para a educação infantil na capital, conforme afirmou o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), nesta terça-feira (18), é de 4 mil vagas.
Outro argumento de Bessa para a transição é que as crianças que completaram 4 anos e estão matriculas dos Cmeis já estão prontas para a alfabetização, que é realizada na escola. “Dentro desse remanejamento nosso objetivo é trazer uma melhor qualidade de ensino para os nossos estudantes”, diz o secretário.
Dentro do projeto da SME, cada Cmei tem salas de aulas climatizadas, pátio arborizado, área de refeição, sanitários e vagas de estacionamento. O custo estimado para cada construção é de R$2,5 milhões, excluído o valor do terreno.
A Rede Municipal de Educação de Goiânia tem 178 escolas, onde estão matriculados 84.418 estudantes.
Para a educação infantil há 193 Cmeis e Ceis, que são as unidades conveniadas. São 23.930 estudantes nestas unidades.
A administração municipal pretende entregar, até o fim da gestão, 36 novos Cmeis. Deste grupo, quatro estão com obras em andamento e devem ficar prontos ainda neste ano, incluindo o do Brisas do Cerrado, localizado na Rua JVN 12, com Rua VN10 e VN11, APM 3, no Residencial Brisas do Cerrado. Outros 12 têm os trabalhos paralisados neste momento e serão retomados. Nesta terça-feira foram lançadas outras 20 unidades.
As duas dezenas de prédios integram a primeira etapa do programa Goiânia Adiante, que prevê R$ 1,77 bilhão em investimentos na capital, incluindo Infraestrutura e Saúde. O aporte em educação totaliza R$ 140 milhões, cerca de 8% do total.
SME pretende alcançar a marca de 60 escolas em tempo integral até o fim de 2024, quando se encerra a atual gestão de Rogério Cruz. O secretário de Educação afirmou para a reportagem que em 2021 eram 35 e agora são 40, mas devem encerrar o ano com 45.
Secretaria reestrutura ensino de informática e tecnologia
A Secretaria Municipal de Educação (SME) vai transformar os laboratórios de informática por laboratórios makers, que são estruturas dedicadas ao ensino de robótica. O objetivo da gestão atual é que isto seja concluído até o fim do ano que vem. “Vamos trabalhar a cultura do faça você mesmo”.
A rede municipal de ensino tem 172 ambientes informatizados. Eles são descritos como espaços que têm de 10 a 15 computadores desatualizados e que não comportam todos os alunos das turmas.
O ensino de tecnologia, afirmou o secretário de Educação Wellington Bessa, continuará a ser realizado, mas com uma nova ferramenta, mas o modelo ainda não foi definido.
“Devemos fazer a aquisição de laboratórios móveis de informática. Ele é um equipamento similar ao que o estado adquiriu, que você tem chromebook, notebook dentro de um carrinho, que você consiga transportar de sala em sala e o aluno consegue trabalhar dentro da sua sala, sua mesa”, explica.
O secretário argumenta que os equipamentos digitais não são mais o objeto do ensino, mas, sim, uma ferramenta.
“Nós temos de ter um equipamento que o aluno consiga acessar de maneira mais rápida, consiga ter dentro da sala de aula este equipamento conectado à internet e que tenha conteúdo pedagógico”, diz.