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Educação de Goiânia tem 2 mil servidores de licença médica

Wildes Barbosa/O Popular
Secretário Municipal de Educação de Goiânia, Wellington Bessa, afirma que Covid não é maioria dos casos

Em Goiânia, a Secretaria Municipal de Educação (SME) desencadeou no dia 16 de agosto o processo de retomada das atividades presenciais na rede pública de ensino. Para evitar risco de contaminação com o coronavírus (Sars-CoV-2), a pasta implementou protocolos sanitários rígidos e vacinou todos trabalhadores da área. O modelo adotado foi o híbrido, com revezamento diário ou semanal. No caso dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), embora tenha sido anunciado o atendimento diário, os pais tiveram de se adaptar nesta fase inicial a apenas uma parte do dia, com 50% das crianças na unidade de manhã e 50% à tarde. Todos estes cuidados, entretanto, esbarraram numa situação inédita na pasta. Um a cada oito trabalhadores da rede municipal de ensino apresentaram atestado médico e estão afastados do trabalho.

Titular da SME, Wellington Bessa disse ao POPULAR que de um universo de aproximadamente 18 mil trabalhadores, entre servidores e professores, mais de 2 mil estavam afastados da atividade laboral nesta segunda-feira (4). Segundo ele, embora muitos pais tenham optado em manter os filhos em casa, com aulas virtuais, a ausência dos servidores impactou as atividades em algumas unidades. “Não é uma realidade de toda a rede, são casos pontuais, mas já estamos buscando soluções para sanar o problema.”

Uma mãe de aluno matriculado no Centro Educação Infantil Vovó Meca, no Setor Rio Formoso, conta que na sexta-feira os pais receberam um comunicado da unidade informando que “com o aumento de déficit de servidores e a necessidade de cumprir os protocolos de biossegurança, torna-se necessário reduzir os dias de atendimento presencial dos educandos”. O filho dela não voltou à escola em agosto, mas somente há duas semanas. “Ele estava indo à escola duas vezes por semana e agora só irá uma”, lamenta.

No Cmei Oriente Ville, as crianças mais novas ainda não estão sendo atendidas. “Ainda não voltou a turma do meu filho que tem 1 ano e 4 meses. E, se voltar e for meio período, não consigo levá-lo porque não tenho com quem deixá-lo no restante do dia”, afirma outra mãe. Trabalhadora da área da saúde, ela atua dia sim, não. Nos dias que está fora de casa, ela paga uma pessoa para cuidar do filho.

Os pais de duas crianças matriculadas no Cmei do Oriente Ville também enfrentam dificuldades. Somente o menino de 3 anos está indo à unidade durante meio período, o de 1 ano fica com a babá. “Como trabalho longe, meu marido enfrenta a correria diária. Entre Cmei, casa, trabalho, casa da babá ele gasta 120 reais de gasolina por semana. Espero que resolvam isso o quanto antes porque está pesando demais no nosso bolso”, afirma a mãe.

Conforme o secretário de Educação de Goiânia, a pasta decidiu convocar servidores administrativos e professores aprovados em processo seletivo anterior para solucionar a questão do déficit. Outra medida, já definida por decreto do prefeito Rogério Cruz, publicado na semana passada, é o pagamento de horas extras aos trabalhadores administrativos que por lei cumprem uma carga horária diária de seis horas.

Wellington Bessa explica que casos relacionados à Covid-19 representam menos de 10% na relação dos atestados médicos apresentados pelos trabalhadores à SME. “São patologias diversas. Quando se trata de Covid, não significa que estejam contaminados. Muitos são casos suspeitos, pelo fato de terem tido contato com alguém com a doença. Desde a retomada das aulas presenciais, não tivemos ocorrência de surto de Covid em nenhuma unidade. Está muito tranquilo”, disse o secretário. Ele explicou que a pasta está mapeando os atestados para desenvolver uma ação preventiva de saúde junto à categoria.

A expectativa do titular da SME é sanar todo o déficit de trabalhadores da rede de ensino ainda este mês. “Estamos planejando aumentar o porcentual de alunos em sala de aula ainda neste semestre letivo. Para 2022, caso o cenário da pandemia continue favorável, queremos iniciar o ano com 100% dos alunos em sala de aula e sem revezamento.”

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