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Em 3 meses, Goiás vacina 3,4% da população com duas doses contra Covid-19

Enio Medeiros/Secom Aparecida

Há três meses, em 18 de janeiro de 2021, Goiás recebia a primeira vacina contra a Covid-19. Maria da Conceição da Silva, de 76 anos, moradora de um abrigo de idosos recebia a primeira dose do imunizante do Estado em Anápolis. Desde então, 3,41% da população goiana foram imunizados com a aplicação de duas doses de uma das vacinas: Coronavac ou Oxford/AstraZeneca. A primeira dose chegou para 10,48%, que indica 735.473 mil pessoas. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), mas poderiam ser ainda maiores porque segundo a pasta, pelo menos 46 mil não retornaram para o reforço.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, Goiás já recebeu 1.748.212 vacinas, sendo que 55,6% foram aplicadas, totalizando 972.756. Segundo o Estado, entretanto, 1.460.530 foram distribuídas, sendo 913.990 para a primeira dose e 546.540 para o reforço. A SES aponta ainda outro problema: atraso nas notificações dos municípios.

Em 6 de abril, conforme noticiou O POPULAR, o Estado ocupava a 18ª posição no ranking nacional entre os Estados com o dado do porcentual da população que recebeu doses. Na época, a SES-GO calculava em torno de 40% o atraso nos registros.

O fato levou o governador Ronaldo Caiado (DEM) a pressionar prefeituras para a atualização do registro de imunização.

Outro dado, mas que não pode ser comparado com o citado acima, o de total de doses aplicadas - números absolutos-, coloca Goiás na 10ª posição entre as demais unidades da federação.

Assim como no restante do País, a maior parte dos imunizados envolve trabalhadores da saúde e idosos, os primeiros grupos prioritários definidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação do Ministério da Saúde. Em Goiás, segundo a SES, mais de 157 mil trabalhadores da saúde já receberam a primeira dose e 85 mil completaram o ciclo. Já entre os idosos, dos mais de 532 mil que receberam a primeira dose, 142 mil tomaram o reforço do imunizante (veja quadro).

Goiás, assim como outros 14 Estados também já iniciou a vacinação de profissionais de segurança e salvamento: policiais e bombeiros. No total, mais de 10 mil integrantes com a dose inicial e 657 com as duas. Os números correspondem a aproximadamente 40% do efetivo da ativa, que gira em torno de 24 mil, entre policiais civis, militares e penais e bombeiros. Agora, os próximos grupos envolvem pessoas com comorbidades e trabalhadores da educação, a exemplo do que ocorre com a vacina contra a Influenza. Goiás conta com aproximadamente 616.561 pessoas com comorbidades e mais de 75 mil trabalhadores da educação.

Na madrugada da última sexta-feira (16), chegaram a Goiás 187.750 novas doses sendo 76 mil da Coronavac e 111.750 da Astrazeneca. Deste lote, 114.955 foram destinadas à primeira dose, das quais 5% serão para os trabalhadores das forças de segurança, 30% para os trabalhadores da saúde e o restante para a imunização dos idosos. As demais (72.795) destinadas à segunda dose. No dia seguinte, sábado (17), apenas em Goiânia quase 17 mil pessoas foram imunizadas em um único dia.

 

Operação já parou em Goiânia

No último dia 10 de abril, Goiânia havia sido uma das quatro capitais do País que interromperam a vacinação por falta de doses. Agora, além dos imunizantes já entregues, há previsão de novos envios. Nesta sexta-feira (16), a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que vai antecipar 4 milhões de doses de vacina em abril e outras 4 milhões em maio ao Brasil. O envio faz parte do consórcio Covax Facility, um fundo de acesso multilateral coordenado pela Organização Mundial da Saúde e Aliança Global para Vacinas. A participação é firmada junto ao governo federal. 

Nesta segunda-feira (19), um novo lote de 700 mil doses da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, foi entregue ao Ministério da Saúde. A remessa será inclusa no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e repassada aos Estados. 

Atraso
Em ranking divulgado neste sábado (17) pelo governo do Estado, os municípios mais eficientes na notificação são Catalão (100%), Rio Verde (99,9%), Anápolis (97,2%), Itumbiara (97%) e Trindade (96,5%). 

As piores cidades são Águas Lindas (84,4%), Senador Canedo (83,9%), Aparecida de Goiânia (82%), Luziânia (80%) e Formosa (79,8%), de acordo com os dados do governo do Estado. Os municípios alegam situações diversas, como problemas com internet, falta de pessoal e distribuição desproporcional de doses. 

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